Associtrus mobiliza citricultores em Bebedouro

06/05/2006
Produtores lotaram a Estação Experimental de Bebedouro e demonstraram total apoio às propostas da associação Citricultores de Bebedouro e da região lotaram o auditório e parte da área externa da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), na tarde de hoje (5), para ouvir as propostas da Associtrus referentes à renegociação de contratos e à criação do Consecitrus. O vice-presidente da Associtrus, Douglas Kovarick, expôs as atuais condições de negociação da laranja no mercado internacional e fez uma projeção do que a indústria pode pagar pela caixa da fruta ao produtor, considerando o aumento do consumo e do preço do suco. “Ganhamos US$ 800 pela tonelada do suco que chega ao consumidor valendo US$ 7 mil. A indústria tem capacidade de remunerar o produtor de forma justa e nós precisamos nos unir e lutar por isto”, observou Kowarick. O deputado Antônio Carlos Mendes Thame destacou o apoio do governo nas negociações e conclamou os produtores a cobrar uma postura mais enérgica dos governantes. “A exemplo do que aconteceu no setor canavieiro, o governo tem poderes para tomar iniciativas que beneficiem o produtor. Vocês precisam se unir para que este momento favorável do mercado internacional se reflita no setor produtivo”, disse Mendes Thame acrescentando que “a disposição do governo e da indústria em estabelecer uma relação mais harmônica na cadeia produtiva citrícola é fruto do trabalho da Associtrus”. O diretor de assuntos institucionais da Amcisp (Associação dos Municípios Citrícolas), Kal Machado, observou a importância da adesão dos produtores à Associtrus. “Se não nos unirmos, não conseguiremos nos manter na citricultura. Parabenizo a Associtrus, porque suas ações prometem melhorar a vida do produtor, do trabalhador rural e dos municípios citrícolas”, disse. As propostas da associação foram aprovadas pelos citricultores. “Apoio a Associtrus e espero que tenhamos bons resultados o mais rápido possível. Se a indústria não quiser negociar com a Associtrus, que é a única representante dos interesses do produtor, teremos que tomar medidas mais drásticas”, disse o produtor Elzio Uekane, de Taiúva. “Agora é hora de nos unirmos à Associtrus para lutar pelo mínimo de dignidade no setor produtivo”, observou o produtor Pedro Martines Filho, de Cajobi. Na próxima segunda-feira, na sede da Faesp, em São Paulo, acontece mais uma reunião entre citricultores, representantes da indústria e do governo. “Esperamos uma contraposta justa por parte da indústria para darmos seqüência às negociações. Sabemos que ela tem condições de remunerar adequadamente o produtor e não pedimos nada além do que é possível. Os produtores apóiam o trabalho da Associtrus e estão dispostos a fazer movimentos nas ruas e nas portas das indústrias para deixar clara a nossa insatisfação. Não vamos nos submeter às atuais condições da indústria”, disse o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.