“Hei! Você, aí! Me dá um dinheiro, aí” é o hit do momento! Duro é não ser atendido porque o pessoal pensa ser mera empolgação carnavalesca e não a realidade do setor. Já entramos na Quaresma e continuo ouvindo a marchinha que perde o ritmo de salão e ganha ares de marcha fúnebre.
O mercado interno, de fruta para mesa e para moagem, aproveitou o feriadão para descansar. Fruta de carnaval é banana, cuja casca veste Chiquita Bacana, enfeita a cabeça de Carmen Miranda e, “yes, temos prá dar e vender”! A laranja, estamos quase dando, também.
Em Nova Iorque, a despeito da reação esboçada pelo suco de laranja nesta semana de carnaval, 5,1% em três dias, batendo em US$0,6965/lb, eventualmente provocada por investidores que veem uma oportunidade de ganho nos baixos preços atingidos pela commodity, há analistas relembrando que os preços no varejo estão afetando as compras do consumidor de suco, e represando um estoque, nos EUA, que subiu 42%, em janeiro, comparado com um ano antes. Esta combinação de preços altos no varejo e demanda fraca, poderiam trazer os preços do suco, na ICE Futures, para baixo dos US$0,60/lb, antes que o mercado possa ser chacoalhado pela ameaça de furacões, cuja estação começa em 1º de junho.
O Departamento de Citros da Flórida, entretanto, está formulando um “plano de estímulo ao suco de laranja” com o objetivo de ajudar a desovar o excedente. Além dos US$35 milhões dispendidos pela Tropicana numa nova campanha de marketing, serão investidos mais US$7 milhões em propaganda, que talvez não repercutam tanto como uma redução do preço.
Na contramão desta campanha estará qualquer associação que se faça do suco de laranja com a obesidade. E, segundo o jornal Valor Econômico, surge, no Estado de Nova Iorque, a proposta de um imposto sobre produtos calóricos com o intuito de controlar o sobrepeso da população americana. Embora a proposta não tribute bebidas com a inscrição “100% suco de frutas” no rótulo (ponto prá nós!), não devemos esquecer dos efeitos deletérios que o consumo de suco de laranja sofreu por causa de interpretações generalizadoras e equivocadas de manifestações antiobesidade, como a Dieta do Dr. Atkins.
Como ainda é plano, “deixa as águas rolar”!

Fonte: www.agroblog.com.br