Governador José Serra recebe representantes do setor citrícola

29/04/2009

Na audiência, lideranças do setor produtivo solicitaram medidas urgentes para a manutenção dos produtores independentes na atividade.

 

 

A implantação do geosafras na citricultura para estabelecer transparência nas relações entre produtores e processadores de suco; a criação de uma fórmula de remuneração para a cadeia produtiva citrícola; e questões referentes ao greening e às dívidas dos citricultores foram temas centrais da audiência entre representantes do setor citrícola e o governador de São Paulo, José Serra, no último dia 22.

O vice-presidente da Associtrus, Douglas Kowarick; o vice-presidente do Sistema Coopercitrus/Credicitrus, João Pedro Matta; o presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, Marco Antônio dos Santos; Antônio Crestana e Gastão Crocco expuseram ao governador, na presença do Secretário da Agricultura, João Sampaio Filho, e do secretário-adjunto, Antônio Júlio Junqueira de Queiroz, os problemas enfrentados pelos produtores e pediram a interferência do Estado nas questões consideradas primordiais para a manutenção do produtor independente na atividade. “Sabemos que a citricultura não vai deixar de existir no Estado, mas precisamos garantir que ela continue gerando emprego e renda para centenas de famílias que dependem dos pequenos e médios produtores independentes. Se continuarmos a assistir de braços cruzados a atuação concentradora das indústrias, que já detém quase metade da produção, a citricultura deixará de ser um setor rentável para a economia do Estado, já que as processadoras aportam um faturamento bem menor que o real para pagarem menos impostos e manipular os preços do mercado”, observou Kowarick.

A baixa remuneração é apontada como principal causa dos problemas dos citricultores. “Se o produtor recebesse um valor justo pela fruta ele teria condições de inspecionar seu pomar e evitar a disseminação de pragas e doenças como o greening”, diz Kowarick.

A instrução normativa (IN) 53, que obriga os produtores a erradicarem os talhões que apresentarem mais de 28% de plantas com greening foi questionada, considerando os altos custos e a falta de recursos financeiros para realizar os procedimentos exigidos. “Pedimos que o Estado colabore com o citricultor, cobrando do governo federal o pagamento de indenizações a exemplo do que ocorreu com a febre aftosa e outros setores da agricultura e pecuária brasileiras”, diz Kowarick.

O governador José Serra se comprometeu a tomar as medidas necessárias para agilizar as questões apresentadas. Com relação à renegociação das dívidas e indenizações por greening, o Estado deverá solicitar apoio ao governo federal, considerando o âmbito dos temas e, sobre o geosafras, Serra anunciou parceria com a Conab para implantação do sistema no Estado.

Associtrus – A Associtrus solicitou a interferência do governador para solucionar o problema causado com o fechamento da unidade de processamento da Citrosuco, em Bebedouro. A proposta envolve a reativação da fábrica com o apoio do governo do Estado: os citricultores assumiriam o compromisso de fornecer a matéria-prima e o pagamento do investimento feito na compra da fábrica. Seria uma oportunidade para reverter o processo de concentração por que o setor vem passando, desde que o cartel inviabilizou e forçou os citricultores a vender a Frutesp.

A associação também pede medidas emergenciais para facilitar a comercialização da laranja no mercado interno, colocando suco de fruta na merenda escolas e nas refeições fornecidas pelo Estado; promovendo a venda direta da laranja pelo produtor ao consumidor (metrô, terminais, estações etc.); participando de campanhas de incentivo ao consumo de frutas e vegetais para melhorar os hábitos alimentares da população.

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