O suco de laranja no mercado futuro deve subir mais de 6% nos próximos 18 meses devido a doenças que atingem as safras na Flórida, o segundo maior produtor da Flórida, informou Kenneth Geld, chefe executivo da Louis Dreyfus Commodities, no Brasil.

 

De acordo com informações da Bloomberg, os preços devem subir para US$ 1,25 a libra / peso, disse Geld em entrevista realizada em São Paulo. O suco de laranja para janeiro subiu 1,7%, para US$ 1,174, ontem, na ICE Futures Nova Iorque. O produto já ganhou 73% este ano. Louis Dreyfus é um dos três maiores processadores de suco de laranja do mundo.

 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) disse que a Flórida irá produzir 136 milhões de caixas de laranja na colheita que começou bem abaixo dos 162,4 milhões de caixas produzidos na safra anterior. Os produtores já removeram árvores para reduzir o ritmo de contaminação por greening, uma doença bacteriana incurável, que mata as lavouras.

 

“A situação de contaminação de greening nos citrus na Flórida é muito séria e possivelmente fará os preços dispararem nos próximos seis a 18 meses”, informou Geld. As baixas temperaturas no estado e o aumento na demanda global também deverão contribuir para o aumento dos preços. A colheita de laranja na Flórida é realizada de 1º de outubro até janeiro.

 

A Louis Dreyfus Commodities representa mais que 15% da produção global de acordo com o site da empresa. A empresa, com sede na Flórida e no Brasil, produz 83 milhões de caixas de laranja e 330 mil toneladas de suco ao ano. O Brasil é o maior produtor de suco de laranja do mundo.

 

Produtores independentes

A Louis Dreyfus está expandindo seus negócios no Brasil para cortar sua dependência de produtores independentes, de acordo com Geld. A produção de suas próprias fazendas será 40% do volume necessário no Brasil, pelos próximos cinco anos, enquanto as árvores se desenvolvem, enquanto o volume atual é de 15%. A empresa processa em torno de 60 milhões de caixas de laranja ao ano, no Brasil. Cada caixa pesa 41 Kg.

 

“Nós nunca investimos tanto no setor de citrus no Brasil quanto nos últimos três anos”, disse Geld, que não quis especificar o valor investido pela empresa na expansão. A Louis Dreyfus está avaliando a expansão de suas lavouras no Brasil em 15%, para 35 mil hectares nos próximos dois anos. Os custos de produção podem ser mais baixos no Brasil do que na Flórida.

 

A Louis Dreyfus está procurando aumentar seus lucros através da venda do “suco de laranja preminum”, como o “100 % suco”, produto vendido na Europa que é uma versão pasteurizada da bebida, que conserva o sabor.

 

“Nós queremos nos diversificar da commodity e vender produtos de valor agregado”, afirmou Geld.

 

Segundo estimativas, a Europa deverá consumir 1,5 bilhões de litro do “100% suco” este ano, depois de quadruplicar o volume em relação a cinco anos atrás. “Mais de 70% desse volume vem do Brasil, por isso essa é uma grande oportunidade para nós”, afirma Kenneth Geld.

 

Fernanda Bellei

 

As informações são da agência de notícias Bloomberg

 

Fonte: Redação N.A.