ANTRAC apura denúncias feitas pelos caminhoneiros que transportam laranjas

04/10/2011






De acordo com os caminhoneiros o tempo de espera para descarregar ultrapassa às 30 horas.

O presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros (ANTRAC) e do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac) da Região Metropolitana de Campinas (RMC), senhor Benedito Pantalhão, esteve na cidade de Matão para apurar as denúncias feitas pelos caminhoneiros contra o descaso das empresas fabricantes de suco de laranja.

Os pátios das empresas de suco estão cheios de caminhões esperando para descarregar. É importante ressaltar que essa situação, já está acontecendo há algum tempo e em todas as empresas produtoras de suco. A companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), já tinha divulgado uma pesquisa que aponta um aumento de 18,38% na produção de laranja para a safra 2011/12.

Os caminhoneiros reclamam que as condições higiene são precárias. Cada vez que um caminhão entra no pátio uma nuvem de poeira se levanta, dessa forma os caminhoneiros não têm como cozinhar e acabam ficando reféns de pequenos bares e ambulantes que ficam ali na região. E consequentemente gastam mais dinheiro para fazer as refeições.

Os caminhoneiros também denunciam que há preferência, os caminhões que chegam carregados de laranjas das próprias empresas descarregam primeiro que os que já estão na fila. No local também não há segurança, e vários caminhoneiros já foram assaltados, no entanto as empresas não se responsabilizam pelos caminhões que ficam no pátio ou muitas vezes na rua, atrapalhando o trânsito.

Os banheiros que são usados pelos caminhoneiros estão em situação precária. De acordo com relatos, o assoalho dos banheiros é de madeira e os buracos no chão, que seriam os ralos, não funcionam dessa forma a água fica acumulada naquele espaço. Dentro do banheiro há três chuveiros, entretanto não há garantia de água quente, pois sempre estão quebrados.

Ainda segundo os relatos o pior dia é sexta- feira, pois quem chega nesse dia só consegue descarregar ou domingo à noite ou na segunda- feira. Os caminhoneiros não reclamam, pois de acordo com eles já aconteceram casos de alguns motoristas que foram reclamar e acabaram sendo cortados da empresa. Dessa maneira os caminhoneiros não podem mais carregar mais para a companhia.

No entanto a Lei 11.442/07 no parágrafo quinto do artigo 11, determina que o prazo máximo para carga e descarga será de cinco horas, contadas da chegada do veículo ao endereço de destino. Se o tempo for ultrapassado, será devido ao TAC ou à ETC o valor de R$ 1,00 (um real) por tonelada/ hora ou fração pelo tempo que o caminhoneiro ficou esperando para carregar ou descarregar.

A situação está crítica. Não há condições dos caminhoneiros ficarem nesse lugar e nem continuarem nessa precariedade, afirmou o presidente do Sinditac.


Fonte: Diário da Estrada
Boletim informativo da ANTRAC Associação Nacional dos Caminhoneiros