Para indústria,

19/09/2006
A indústria qualifica como tentativa de intervenção no mercado a proposta do governo para definir novos parâmetros para contratos com os produtores de laranja. A conseqüência, na avaliação da indústria, seria maior verticalização dos processadores, que optariam por plantar eles mesmos a fruta de que precisam, em vez de debaterem com os produtores. "O único setor completamente desregulamentado é o de cítricos. Isso está levando a uma grande concentração de produtores rurais e vai levar a indústria à verticalização. A indústria vai acabar plantando laranja, para evitar problemas", afirmou Ademerval Garcia, presidente do Abecitrus (Associação Brasileira de Exportadores de Cítricos). Por sua vez, os produtores de laranja insistem em que a melhor maneira de mediar conflitos é estabelecer um formato para cálculo dos preços. E divisão dos resultados. "Nossa idéia é assegurar ao menos o custo do produtor e depois incentivar a entrega de uma fruta com maior rendimento e qualidade. E, finalmente, uma participação no preço", afirmou Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores). Aos processadores interessa mais que o mercado descubra sozinho a melhor forma. "Nosso arcabouço constitucional não permite essa interferência governamental na atividade econômica, não faz sentido", afirmou Garcia. "Discutir contrato no Ministério da Agricultura é uma solução política, simplista para um problema que não existe. A dificuldade dos sistemas produtivos é com fiscalização sanitária, ação que é de exclusividade do governo", diz Garcia. (ID e JS) DA SUCURSAL DE BRASÍLIA AGROFOLHA