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Citricultura em apuros: a quem interessa?

31/05/2008
A quem interessa que a produtividade m?dia de frutos em Sergipe seja de 13t por hectare? O CINFORM publica hoje, em seu caderno de Munic?pios, uma entrevista esclarecedora, no bojo da qual cont?m dados devastadores e preocupantes a respeito de uma das atividades econ?micas mais significativas de Sergipe, que ? a citricultura - a produ??o de laranja e seus assemelhados. A entrevista ? de um sujeito insuspeito nesta ?rea e nesta atividade, o engenheiro agr?nomo, pesquisador e, acima de tudo, produtor de citros, Jos? Trindade. Irrequieto, met?dico, cartesiano e sem compromisso com qualquer setor que deseje esconder n?meros, maquiar dados e exibir sofismas e populismos, Jos? Trindade vai na medula do problema: a citricultura sergipana est? amplamente fragilizada, com perdas dr?sticas de sua produtividade e de sua capacidade de competir no mercado. Jos? Trindade n?o afirma apenas por achismos, ou por mera inten??o de polemizar - que ele nem ? disso. Trindade escarafuncha e revira estat?sticas e d? um soco no est?mago de quem se recusa a ver a ?realidade' com os olhos que a ?realidade real' exige: at? 1991, portanto h? 16 anos, os homens de Sergipe que dedicam a sua vida ? citricultura j? tinham lan?ado ? terra mudas que cobriam 35.539 hectares nos 14 munic?pios do Sul e do Centro-Sul sergipano. Desta quantidade de hectares, conseguiam produzir 909.403 toneladas por ano. Nas contas de Trindade, isto implica um rendimento m?dio de 25.589 kg por hectare. Hoje, passados estes 16 anos, estes mesmos homens laboriosos espalham a for?a da laranja - se ? que ela ainda tem for?a - sobre nada menos que 55.815 hectares nos mesmos munic?pios. Pela l?gica da matem?tica, se com 35.539 hectares de terra plantados eles colhiam 909.403 toneladas por ano, com as 35.539 hectares da mesma atividade em 2007 deveriam chegar perto de 1,5 milh?o de toneladas. Certo? Errado. Uma s?rie de neglig?ncias, de desleixos e de irresponsabilidades de produtores e sobretudo de Governos sucessivos, de Jo?o Alves Filho a Marcelo D?da, p?e Sergipe sob a promessa de render apenas 800 mil toneladas de laranja neste 2007. Ora, uma pergunta se imp?e e n?o quer calar: onde foram parar as 700 mil toneladas a mais que deveriam brotar das 20.276 hectares semeadas de laranja entre 1991 e 2007 e se somaram ?quelas 35.539 hectares existentes at? ent?o? O gato comeu? O gato chupou? A perda de produtividade da atividade citr?cola de Sergipe deriva diretamente de duas vertentes: da a??o de Governos atabalhoados, insens?veis, populistas, propagandistas do n?o realizado; e da inani??o de produtores dispersos que, n?o obstante tenham a virtude da vis?o de investir, se anulam ou se aniquilam diante da import?ncia que eles det?m no contexto, cuja demonstra??o maior s?o as entidades de classe todas fechadas e o mercado do produtor de pernas pro ar, sem capacidade de regular pre?o, o que ajuda o Governo a retirar-se de campo com seu outrora quase bem-sucedido arsenal de pesquisa e tecnologia cient?fica. A citricultura sergipana, do ponto de vista da pesquisa cient?fica e gen?tica, est? ao Deus-dar? - modelada pelo baleloso argumento dos viveiros telados de produ??o de mudas, que por si s?s n?o resolvem nada. N?o bastasse a fria den?ncia das toneladas de frutos a menos em terras plantadas a mais, est? embutido em tudo isso o fato repetido diversas vezes na m?dia de que a citricultura de Sergipe, com suas 35 mil hectares, gerava 100 mil empregos diretos em ?pocas de colheitas, e hoje n?o chega a 40 mil. A tradu??o literal disso tudo ? pobreza. Pobreza para quem investe na sua capacidade empreendedora, e pobreza para quem tem a m?o-de-obra como moeda. Como a exposi??o deste aparente caos nasce da entrevista de Jos? Trindade, do alto da sua responsabilidade ele mesmo d?, propositivamente, dez dicas do que se deve fazer para se sair desta condi??o. Diz ele: "Desta forma, s?o necess?rias a?es em dez segmentos importantes: capacita??o, pesquisa, assist?ncia t?cnica, defesa fitosanit?ria, produ??o de material gen?tico, produ??o de mudas, associativismo, comercializa??o, cr?dito e ind?strias. Destes, os cinco primeiros itens s?o de responsabilidade direta do Governo. Os demais devem ser trabalhados pelos respectivos respons?veis, cada um fazendo a sua parte". A quem interessa que a produtividade m?dia de frutos em Sergipe seja de 13 toneladas por hectare, quando a de S?o Paulo, no topo, consegue 40? Possivelmente a quem tenha interesse na perpetua??o da pobreza, no atraso do Estado

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