- Quinta-Feira 25 de Abril de 2024
  acesse abaixo +
   Notícias +


SAFRA 2008 / 2009

04/01/2009

Apesar dos fundamentos positivos, quebra de safra no Brasil e na Fl?rida, baixos estoques, altos pre?os da maioria dos sucos, os produtores n?o foram em nada beneficiados na safra 2008-09.

Em palestra realizada em outubro, no FOODNEWS World Juice 2008 em Barcelona, o representante da Cutrale Continental Juice BV, Marc Van Genuchten, confirmou as previs?es de quebra da safra em 28% e informou que o n?mero de ?rvores produtivas, em S Paulo, ? de 150,5 milh?es, muito abaixo dos n?meros utilizados nas estimativas do IEA, que indicava 180 milh?es de plantas.

Embora o Sr. Genuchten estime uma produtividade de 1,96 cx/planta o que daria uma produ??o de cerca de 295 milh?es de caixas, o mais prov?vel ? que a produtividade fique em 1,74 cx/planta, o que reduziria a safra para 262 milh?es de caixas. Supondo que o consumo interno n?o ultrapasse 32 milh?es de caixas, restariam 230 milh?es de caixas para o processamento, das quais 50 milh?es seriam destinadas ao NFC.

Haveria 180 milh?es de caixas para a produ??o do FCOJ. Admitindo-se uma quebra de rendimento de 10% no processamento, seriam consumidas 245 cx/t de suco 66 brix, o que reduziria a oferta de suco concentrado para 735.000t, contra uma demanda m?dia anual de 1.270.000t nos ?ltimos cinco anos.

Mesmo levando-se em considera??o um estoque de 55 mil t, a oferta brasileira de suco de laranja, NFC e concentrado, est? reduzida em 20% e a oferta total, somada de S?o Paulo e Fl?rida, ficar? reduzida em 15%. A ind?stria prev? uma quebra de 25 a 30% na produ??o, se as doen?as, em particular o greening, n?o forem combatidas com rigor.

Com o custo m?dio de produ??o superando R$17,00 por caixa e a remunera??o do produtor n?o atingindo nem 50% do custo, o produtor n?o tem condi?es de implementar as a?es necess?rias para garantir a sanidade do seu pomar.

Por tudo isso se conclui que caminhamos para perdas adicionais, que poder?o colocar em risco o futuro de nossa citricultura. As quebras concentram-se na regi?o norte do estado, onde se produz a fruta que atende ao mercado de suco n?o concentrado, NFC, cuja demanda ? crescente e o produto mais valorizado.

O suco de ratio baixo ? destinado ? produ??o de bebidas com baixo conte?do de suco e aos mercados de menor poder aquisitivo.

O que estamos vendo na safra atual ? um agravamento da situa??o vivida pela citricultura a partir de 1993, com a venda da Frutesp, que teve como conseq??ncia a concentra??o do setor industrial, a verticaliza??o da produ??o e a manipula??o do mercado.

Esperava-se, com a quebra da safra, um aumento dos pre?os da laranja em rela??o ? safra anterior, mas o que se viu foi um comportamento inusitado dos pre?os: as variedades precoces, colhidas no in?cio da safra, que t?m menor rendimento e qualidade inferior, foram remuneradas com pre?os significativamente superiores ao das variedades de m?dia esta??o e tardias, demonstrando uma inexplic?vel invers?o de valores.

N?o se observou uma esperada disputa pela fruta, apesar da baixa disponibilidade, por um lado, e da alta ociosidade das f?bricas, por outro. Ao contr?rio, o que se viu foram pre?os sempre alinhados entre as empresas, uma simultaneidade em todas as a?es das quatro empresas que dominam o setor e o desinteresse por fruta de produtores que, em safras passadas, haviam fornecido para os ?concorrentes?, numa demonstra??o de que h? raz?es para acreditarmos que, apesar de estarem sob investiga??o de atua??o cartelizada, as empresas t?m demonstrado pouco interesse em concorrer entre si, preferindo desfrutar de um aumento de margem entre o pre?o do suco ao consumidor final, que aumentou em mais de 50% a partir de 2004, e o pre?o pago pela laranja.

Ao contr?rio do que se esperaria, a ind?stria n?o demonstra nenhuma preocupa??o com a queda de produ??o, pois ela tem sido capaz de compensar com vantagem as quedas das vendas com aumentos de pre?os.

Ao observarmos os dados levantados pela Nielsen no mercado norte-americano, vemos que os pre?os ao consumidor v?m crescendo continuamente e continuaram a crescer mesmo quando a demanda come?ou a se reduzir. Contribuiria para a redu??o do conflito uma maior transpar?ncia das informa?es sobre a cadeia produtiva: informa?es sobre o parque citr?cola, estimativa de safra, estoques, demanda, pre?os.

A cria??o da SUCOP, que poderia contribuir para um reequil?brio do setor, foi bloqueada pelo setor industrial e pela incompreens?o do sistema judici?rio.

Nosso setor ? um exemplo claro das distor?es que desaguaram na crise que se abateu sobre o mundo.

As empresas focadas apenas no lucro a qualquer custo passaram a ser geridas por pessoas cujo objetivo ? o b?nus no final do ano, mesmo que esse b?nus seja conseguido ? custa do futuro da empresa e dos que dependem dela.

Esta ?tica, ou a sua falta, est? pondo em risco n?o apenas as empresas, mas o pr?prio capitalismo.

Nossa esperan?a ? que a ideologia neoliberal que prevaleceu nos ?ltimos anos, apregoando que o mercado se ajusta por si mesmo e que n?o reconhece as assimetrias que aumentam o poder das empresas mais ?ousadas? e menos ?ticas em detrimento do pa?s, seja substitu?da por maior regula??o, ?tica e respeito ?s leis.

Fl?vio Viegas

Presidente da Associtrus

Fonte: http://www.espacocitricola.eng.br/


<<Voltar << Anterior


Indique esta notícia
Seu nome:
Seu e-mail:
Nome Amigo:
E-mail Amigo:
 
  publicidade +
" target="_blank" rel="noopener noreferrer">
 

Associtrus - Todos os direitos reservados ©2023

Desenvolvido pela Williarts Internet
Acessos do dia: 934
Total: 3.922.503
rajatoto rajatoto2 rajatoto3 rajatoto4 https://bakeryrahmat.com/ https://serverluarvip.com/ https://pn-kuningan.go.id/gacor898/ https://pn-bangko.go.id/sipp/pgsoft/ https://sejarah.undip.ac.id/lama/wp-content/uploads/