Entre a cruz e a espada

S?bio o ditado popular que ilustra muito bem a situa??o de
milhares de citricultores no atual momento de crise econ?mica internacional.
Se para muitos deles, mesmo as ?pocas de ?vacas gordas? n?o significaram melhoria de suas condi?es, no momento de ?vacas magras? a situa??o se agrava. As perspectivas de curto prazo s?o extremamente negativas. Fatores como: aus?ncia de contratos, baixo pre?o spot da laranja, aparente queda no consumo mundial de suco, aparente desinteresse da ind?stria pelas variedades precoces, aumento do percentual de suco NFC no quadro geral da produ??o (= menor quantidade de fruta para o mesmo volume de suco), investiga??o de
forma??o de cart?is por parte do CADE/SDE, entrada do Minist?rio P?blico na investiga??o de cartel, agravamento e aumento do HLB no Estado, est?o direcionamento e determinando o relacionamento entre produtor e ind?stria.
No entanto, por ser uma cultura perene, a citricultura n?o permite
movimentos brusco no sentido de mudan?a de rumo, obrigando o produtor a se manter em compasso de espera, reduzindo tratos culturais, controle de pragas e doen?as e aduba??o. Esse constante ac?mulo de per?odos de indefini??o agrava ainda mais a competitividade do citricultor que, quando quiser voltar controlar a produ??o sentir? a diferen?a na capacidade de resposta do pomar, refletida na queda da produtividade.  Com isso tudo se agrava o c?rculo de pobreza do citricultor at? o completo abandono da atividade. Essa tem sido a hist?ria comum de milhares de citricultores nesses ?ltimos anos.
Evidentemente que n?o existe uma f?rmula m?gica para resolver essa equa??o. As for?as que regulam as rela?es entre as partes nesse mercado nem sempre, ou quase nunca, v?em os produtores como parceiros. Agem como se a laranja fosse ?um mal necess?rio na produ??o industrial?. Portanto, torna-se dif?cil vislumbrar mudan?as significativas, enquanto o produtor depender de poucos compradores.
Urge oferecer ao produtor op?es para se manter na citricultura. Nesse
sentido o Centro de Citricultura tem focalizado o desenvolvimento de
variedades direcionadas ao mercado de fruta fresca como uma op??o
alternativa ao produtor que quer se manter na citricultura. Se por um lado, a pulveriza??o do mercado de fruta fresca e, principalmente, a absoluta falta de controle da cadeia de comercializa??o por parte do produtor possa deix?-lo exposto, por outro sempre haver? uma sa?da na produ??o com qualidade e produtividade. ? uma escolha dif?cil entre a cruz e a espada.
Quem sabe n?o seja a espada a arma que garantir? sua sobreviv?ncia.

Autor: Marcos Antonio Machado

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