Pesquisa liderada pela Embrapa e financiada pela CNPq pode ajudar[br]a diagnosticar doen?a precocemente

 - Testes preliminares com biofot?nica - uma t?cnica que usa luz para analisar a sa?de das plantas - mostram que ? poss?vel diagnosticar o greening em folhas totalmente assintom?ticas. Os testes fazem parte da primeira etapa de um projeto desenvolvido por uma rede de pesquisa liderada pela Embrapa Instrumenta??o Agropecu?ria e financiado pelo CNPq, que vai liberar cerca de R$ 800 mil para teste de metodologias e desenvolvimento de equipamentos para diagn?stico precoce da doen?a.

Na segunda etapa a meta ? validar a metodologia para an?lises de campo. "A doen?a se propaga com rapidez e coloca a cultura em risco. No sul da China, por exemplo, h? regi?es com perdas de 100% de pomares", comenta a pesquisadora D?bora Milori. Segundo ela, o projeto poder? melhorar a efici?ncia e a precis?o da aferi??o feita atualmente no campo. Se os resultados forem positivos no Brasil, outros ensaios ser?o feitos na Fl?rida (EUA), outro importante centro citricultor.

O projeto, iniciado h? seis meses, tem parcerias com v?rias institui?es internacionais, inclusive a Universidade da Fl?rida. Preocupado com o problema, o governo norte-americano tamb?m lan?ou editais, financiando pesquisas nesse sentido por meio do Programa Tecnol?gico de Avan?os para Citros. E, dentro desse programa, h? dois meses foi aprovado um projeto no qual a Embrapa vai colaborar com testes de diagn?stico nos pomares do Brasil e dos EUA.

RAPIDEZ

Com o uso da biofot?nica, a meta ? diagnosticar com rapidez o surgimento do greening. Um equipamento desenvolvido pela Embrapa, em princ?pio para diagnosticar a morte s?bita dos citros pela an?lise direta da folha, demonstrou ser promissor tamb?m para o diagn?stico do greening. Com esse equipamento ser? poss?vel emitir laudos em larga escala, com rapidez e precis?o, tornando vi?vel o levantamento de mapas de infesta??o da doen?a.

T?cnicas baseadas em biofot?nica j? s?o utilizadas h? cinco anos pela Embrapa na avalia??o de sa?de de plantas, por serem ferramentas sens?veis e economicamente vi?veis para an?lises em larga escola e com resultados positivos. Toda a variedade de citros ? afetada pela doen?a e a planta passa por um per?odo assintom?tico, que pode durar de 6 a 36 meses. Durante esse per?odo que a doen?a do greening fica incubada, ela se propaga. Por isso, a descoberta precoce da praga ajudaria no controle dos pomares, j? que ainda n?o existe uma cura para o greening e seu ?ndice de propaga??o ? alto, pois o seu vetor ? um inseto alado.

"Se for mais r?pida, ?gil e pr?tica, essa poder? ser mais uma ferramenta importante na detec??o do greening, pois ? um problema mundial e mais de cem pa?ses produzem citros", afirma o gerente cient?fico do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Juliano Ayres. O ?rg?o usa uma t?cnica para detectar a doen?a, na inspe??o de campo, extraindo a folha e levando-a para o laborat?rio, na maioria dos casos para uma an?lise confirmat?ria do que foi visualizado (a olho nu) no campo, mas o resultado demora uma semana.

PREOCUPA??O

O gerente t?cnico do Fundecitrus, C?cero Massari, informa que o ?rg?o fez dois levantamentos sobre o greening na citricultura do Estado de S?o Paulo e no sul do Tri?ngulo Mineiro nos meses de abril de 2008 e de 2009. Em blocos de planta?es, foram encontrados, em m?dia, 18,57% dos talh?es com a doen?a em 2008 e cerca de 24% neste ano. Em plantas doentes, em cerca de 200 milh?es de ?rvores, estavam infectadas 0,6% (1,2 milh?o) em 2008 e 0,9% (1,8 milh?o) neste ano. Ou seja, os n?meros s?o alarmantes e preocupantes. E como a inspe??o ? feita no campo, esses dados s?o considerados m?nimos nas lavouras c?tricas.

O Estado de S?o Paulo representa cerca de 80% da citricultura brasileira. Desde o in?cio da d?cada de 90, o Brasil ? o maior produtor mundial de laranja, respons?vel por 80% do com?rcio internacional de suco de laranja. Devido ao greening, at? 2008 j? foram erradicadas 3 milh?es de ?rvores sintom?ticas, o que corresponde aproximadamente a uma perda de R$ 50 milh?es para os produtores.

Fonte: O Estado de S. Paulo