O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem, em Curitiba, ver pouco risco de que as medidas previstas no 3.? Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) que afetam o setor agr?cola sejam aplicadas, mas alertou para disposi?es preconceituosas contra o agroneg?cio e que d?o, ainda, uma sinaliza??o ruim ? sociedade.
Ele, que se desincompatibiliza do cargo em abril para disputar novamente uma vaga como deputado federal nas pr?ximas elei?es, defendeu uma uni?o maior e o estabelecimento de uma agenda para o setor, como forma de garantir um maior desenvolvimento no campo.
Stephanes, que veio a Curitiba para participar de um evento na Federa??o da Agricultura do Estado do Paran? (Faep), lamentou que as principais institui?es do setor agr?cola n?o foram chamadas para participar da elabora??o do PNDH-3. ?Cometeram erros enormes?, afirmou.
Ele voltou a apontar como ponto mais pol?mico a necessidade de realiza??o de audi?ncias p?blicas entre as partes envolvidas antes de reintegra?es de posse no campo. Para ele, a medida dificilmente ser? adotada e, mesmo se fosse, seria considerada inconstitucional.
O ministro criticou, ainda, outras quest?es do Plano, como a abordagem negativa em rela??o ? cultura da soja, qualificada por ele como ?insanidade?, e aos transg?nicos - quest?o que disse j? ser assunto vencido.
Ele tamb?m afirmou ver preconceito contra o agroneg?cio - a previs?o de que obras de infraestrutura n?o podem favorecer grandes produtores em detrimento dos pequenos -, e informou que deve se reunir com o presidente Luiz In?cio Lula da Silva nas pr?ximas semanas para tratar dos assuntos.
Para Stephanes, ? preciso que cooperativas, sociedades rurais e outras entidades que agregam o setor agr?cola, marquem uma presen?a maior em Bras?lia, como forma de pressionar o governo e o Congresso por medidas necess?rias ao setor.
?[A agricultura] n?o consegue traduzir sua import?ncia no processo de decis?es nacionais?, afirmou. Para ele, as decis?es do Pa?s s?o focadas em uma vis?o urbana, que n?o v? os problemas do campo.
Prioridades
O ministro ainda apontou os temas que deve tratar como prioridade nos pr?ximos meses, enquanto n?o deixa o cargo. Os assuntos mais importantes, segundo ele, ser?o a determina??o da pol?tica em rela??o ao trigo, a conclus?o do texto que servir? como marco regulat?rio para o setor de fertilizantes e a defini??o dos pontos que devem ser alterados na reforma do c?digo florestal.
Medidas de est?mulo aos agricultores em rela??o ? n?o emiss?o de gases poluentes e mudan?as no seguro agr?cola tamb?m est?o na pauta, segundo ele, que apontou o secret?rio executivo do Minist?rio da Agricultura, Gerardo Fonteles, e o presidente da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, como dois de seus poss?veis substitutos.
Safra
Ontem, ainda, Stephanes ressaltou que 2010 ter? uma boa safra de gr?os e uma ?tima safra de cana-de-a?car. Exceto em rela??o ao milho, ele previu que os pre?os das commodities devem ao menos se manter bons. Ele ainda lembrou que, devido ? crise, os estoques mundiais est?o baixos, e dever?o em algum momento ser recompostos, levando a uma rea??o nos pre?os.
