Ap?s termos participado da reuni?o promovida pela ASSOCITRUS-Associa??o Brasileira de Citricultores, no dia 26/03/2010, em Bebedouro-SP, tecemos as seguintes considera?es:

 

a) Como era de se esperar, diante da import?ncia da citricultura para a economia brasileira (movimenta cerca de 1,5 bilh?es de d?lares anualmente) e da oportunidade dos assuntos tratados, a reuni?o foi bastante concorrida e prestigiada por produtores, pol?ticos, dirigentes de entidades governamentais e n?o governamentais, representando os estados de S?o Paulo, Bahia e Sergipe, pela ordem os maiores produtores, com um p?blico de mais de 200 pessoas.

 

b) A Bahia esteve muito bem representada, com uma delega??o ecl?tica, composta por nove pessoas, desde um simples citricultor familiar da Col?nia Agr?cola Roberto Santos (munic?pio de Inhambupe) at? o dirigente m?ximo do setor agr?cola baiano, o Dr. Roberto Muniz, nosso Secret?rio da Agricultura. Destacamos tamb?m a participa??o do prefeito de Rio Real; Antonio Carro?a, dos Secret?rios municipais de agricultura Antonio Luiz (Rio Real), Edval Lima (Inhambupe) e Antonio Carlos (Itapicur?), e dos t?cnicos da EBDA mais envolvidos com a CCLNORTE, Nilton Caldas (S?de), Nereu do Monte (Inhambupe) e Geraldo Souza (Alagoinhas).

 

c) A reuni?o resultou em um documento a ser assinado pelos representantes das entidades presentes, endere?ado ao Governo Federal, solicitando a renegocia??o das d?vidas dos citricultores, com a manuten??o dos juros contratuais, sem corre??o monet?ria e o que ? mais importante, sem o bloqueio de novos empr?stimos para os mutu?rios. Al?m disso houve o compromisso dos presentes em apoiarem a ASSOCITRUS em sua luta para enquadrar o cartel das ind?strias de suco concentrado, uma vez que os citricultores est?o ? merc? das ind?strias que hoje praticam o oligops?nio (muitos produtores vendendo a pouqu?ssimos compradores). Esta distor??o na comercializa??o, aliada ao crescimento das ?reas de pomares c?tricos das ind?strias (estima-se que 50% da ?rea dos pomares do pa?s j? pertence ?s ind?strias de suco concentrado) deixam os citricultores bastante fragilizados, sem nenhum poder de barganha e obrigados a entregarem a laranja a pre?os abaixo do custo de produ??o.

 

d) Percebemos que o clima entre os citricultores paulistas ? de des?nimo, visto que n?o sofrem apenas com o problema da comercializa??o: acostumados a se depararem com novas doen?as da citricultura e conviverem relativamente bem com as mesmas (leprose, cancro c?trico, pinta preta, CVC, etc.), n?o est?o conseguindo conter o avan?o da mais nova doen?a, letal para os pomares, que o Greening ou Huan gong Bling. Parece que a luta est? sendo perdida e muitos j? falam at? em mudar de atividade.

 

e) A nossa participa??o em eventos de tal natureza ? importante para inserir a Bahia no contxto da citricultura nacional (at? pouco tempo atr?s os paulistas s? lembravam do estado de Sergipe como grande produtor) e para nos alertar quanto ? necessidade de n?o repetirmos os erros da citricultura paulista, cujos produtores tiveram um comportamento egoc?ntrico, desprezaram o associativismo como forma de fortalecimento para o embate com as ind?strias, e n?o procuraram diversificar a base de consumo da laranja, n?o dando aten??o ao mercado interno.

 

Esperamos que na pr?xima mobiliza??o liderada pela CCLNORTE os citricultores constituam a maioria dos participantes, e que os m?dios e grandes produtores entendam que deixar os seus neg?cios, por at? tr?s dias, para irem ao front de batalha lutar pelo fortalecimento do setor, n?o constitui prejuizo e sim um grande lucro a m?dio prazo.

 

Atenciosamente,

 

Geraldo Souza

Coordenador T?cnico da CCLNORTE