09/06/2008
Além de fazer marketing (coletivamente) para agregar valor a produtos que são commodities, a única solução para o agricultor (individualmente) é aumentar sempre a produtividade, mais e mais, para obter algum ganho adicional.

O problema é que isso tem um limite. Hoje em dia, mesmo com altas tecnologias disponíveis ? considerando o alto risco que já é plantar alguma coisa, pelas incertezas do clima, pragas e doenças, as oscilações nos preços de mercado, etc. ?, aumentar a produtividade ao limite pode ser mesmo uma atitude traiçoeira. Basta haver uma queda momentânea de demanda, por exemplo, ou ocorrer um episódico excesso de oferta. Tenha-se sempre em mente, porém, que marketing não é panacéia para todos os problemas. Aliás, nem sempre se precisa de marketing; Por vezes, só se requer competência, dedicação e união. Antes de tudo, para se fazer marketing, temos de lembrar que ?uma andorinha não faz verão?, ou seja, é preciso que haja união entre os produtores.

É isto que gera a força, que se conquista com objetivos bem definidos em um determinado grupo, ungido por lideranças determinadas e dispostas a levar em frente o assunto.

Essa liderança deve estar consciente de que está sendo colocada no comando do grupo para fazer aquilo que lhe foi proposto, não para atender a quaisquer outros propósitos. Com a união de um pequeno grupo para liderar a grande massa de produtores, inicia-se o processo de coesão e

convencimento, de onde advêm a força e os fundos que garantem os investimentos necessários.

Obtida a união entre os produtores e analisados a fundo, por profissionais, os problemas existentes e quais as suas causas, o passo seguinte é deixar bem claro onde se pretende chegar com a utilização do marketing. Em verdade, esse trabalho não seria de uma cooperativa, mas de várias ou

de todas as cooperativas de agricultores quando se fala em produtos da terra, como soja, milho, arroz, café, feijão, hortifrutigranjeiros, e de lavouras com grande número de envolvidos. Ou de apenas duas ou três cooperativas maiores e mais importantes, quando se fala em tomate, batata, cacau, mandioca, cupuaçu, guaraná, ou de culturas com um número menor de agricultores.

Profissionais de marketing por vezes brincam que essa é uma ciência que tem mais prática que teoria, porque cada caso é um caso, sempre diferente do outro. O passo seguinte é deixar bem claro onde se pretende chegar com a utilização do marketing. Ou seja, raciocinar, e se colocar no ponto ?A?, desenhando e descrevendo a situação detalhadamente no papel, e colocar também detalhadamente qual será o ponto ?B?, para onde se deseja ir, algo que também precisa muito ser bem definido e desenhado, pois será necessário reconhecerá que se chegou lá, onde se queria ir. Quem não souber descrever qual é essa situação ideal jamais saberá se a atingiu, porque não será se capaz de reconhecer algo que nunca viu.

Quando houver a consciência de objetivos no grupo que irá liderar o processo para se fazer marketing, estarão abertos todos os caminhos que levarão à conquista de atingir-se o dito ponto B. Pois se terá com que municiar os especialistas da área, que traçarão, rigorosa e detalhadamente,

a estratégia do que se vai fazer para realizar o percurso. E indicar os meios

necessários para isso.

 

Richard Jakubaszko

 Fonte: DBODBDBO Agrotecnologia