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Citricultura: Mais do que estratégia de ataque, união reflete um novo setor

17/05/2010
Sobreviv?ncia move fus?o entre Citrosuco e Citrovita

O seleto grupo das "cinco Cs", que consolidou seu dom?nio sobre as exporta?es mundiais de suco de laranja na d?cada de 90, foi reduzido a apenas tr?s. A Cargill j? havia sa?do desse mercado no Brasil em 2004, e na sexta-feira os grupos Votorantim e Fischer confirmaram as expectativas e anunciaram a fus?o das opera?es no segmento, onde atuam por meio de Citrovita e Citrosuco, respectivamente.

Mais do que uma estrat?gia de ataque para eventuais expans?es, o neg?cio pode ser encarado como um movimento defensivo, tendo em vista a tend?ncia de concentra??o na distribui??o e no varejo, a retra??o da demanda internacional pelo produto, o aumento dos custos de transporte e as dificuldades em garantir a expans?o da oferta de mat?ria-prima de qualidade, seja atrav?s de investimentos em fazendas pr?prias ou com fornecedores terceirizados.

Juntas, Citrosuco e Citrovita ter?o faturamento total da ordem de R$ 2 bilh?es e assumir?o a lideran?a do segmento, posto h? d?cadas ocupados pela Cutrale. Como a rival e a Louis Dreyfus - que no passado incorporou a Coinbra, que completava o time das "cinco Cs", e segue no mercado -, a joint venture resultante da uni?o de Votorantim e Fischer, cujo controle ser? dividido em partes iguais, ter? opera?es concentradas em S?o Paulo, que re?ne o maior parque citr?cola do planeta, e um bra?o operacional na Fl?rida, segundo maior polo global do segmento.

No total, s?o 64 mil hectares de pomares pr?prios de laranja, 2,5 mil fornecedores independentes, 6 mil colaboradores - n?mero que pode chegar a 10 mil em per?odo de safra -, sete unidades de processamento (uma das quais no Estado americano), oito terminais portu?rios (dois no Brasil e seis no exterior) e oito navios (cinco pr?prios e tr?s afretados). A nova companhia ser? presidida por Tales Lemos Cubero, presidente da Citrosuco. O presidente da Citrovita, Mario Bavaresco Junior, ser? diretor-geral, e o conselho ser? dividido em n?mero igual de cadeiras.

As explica?es de Citrosuco e Citrovita param por a?, pela discri??o que marca a estrat?gia de comunica??o de ambas e porque o neg?cio, que dever? ser conclu?do em um prazo de nove meses, depende da aprova??o do Conselho Administrativo de Defesa Econ?mica (Cade). Mas, no mercado, causas e efeitos da integra??o s?o mais ou menos conhecidos h? tempos.

"N?o ? surpresa. O fen?meno da consolida??o ? universal e pode ser observado em v?rios setores", afirma Christian Lohbauer, presidente da Associa??o Nacional dos Fabricantes de Sucos C?tricos (CitrusBR), criada em junho de 2009 por Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus). O segmento de suco de laranja, lembra, ? pioneiro em concentra??o, e o caminho ? uma rea??o a fus?es e aquisi?es que marcaram os elos posteriores da cadeia.

Lohbauer nota que, da mesma forma que o n?mero de grandes ind?strias exportadoras de suco agora cair? para tr?s, ante as duas dezenas da virada dos anos 80 para os 90, o n?mero de redes varejistas em mercados importantes como Alemanha, Inglaterra e Fran?a hoje tamb?m n?o passa de tr?s por pa?s. Na Europa, que absorve 70% das exporta?es brasileiras, tamb?m n?o h? mais de 15 distribuidores que compram e engarrafam o produto oriundo do Brasil que chegar? ?s g?ndolas europeias. O Brasil domina mais de 80% da soma entre as exporta?es globais do suco congelado e concentrado (FCOJ) e n?o concentrado (NFC), que ganha espa?o desde 2003.

A mesma linha de racioc?nio justifica os temores dos produtores independentes de S?o Paulo e de parte de Minas Gerais que fornecem laranja para as empresas, reduzidos, em alguns c?lculos, a menos de 10 mil. Por press?o de parte desses citricultores, as quatro grandes ind?strias s?o investigadas pelas autoridades antitruste por uma suposta forma??o de cartel - ou oligops?nio, j? que a acusa??o ? de combina??o de pre?os na aquisi??o da fruta dos fornecedores.

As rusgas na cadeia produtiva tamb?m motivam um processo na Justi?a, que ainda n?o foi a julgamento, para obrigar as ind?strias a arcar com os custos da colheita mesmo em propriedades de fornecedores terceirizados. H? outras dezenas de processos judiciais que op?em, em casos individuais ou coletivos, citricultores e ind?strias de suco. As empresas j? cobrem pelo menos 30% da demanda pela fruta com a oferta de fazendas pr?prias - na Citrovita, o percentual chega a 60%, conforme fontes do segmento. Outros 30% s?o cobertos pelos fornecedores independentes, e o quinh?o restante pode ser obtido no mercado spot.

Conforme especialistas, a uni?o tem potencial, pelas sinergias vis?veis, para tornar as opera?es da Citrovita lucrativas, coisa que n?o s?o, e para tranquilizar a Citrosuco no que se refere ao quadro sucess?rio, como adiantou o Valor em mar?o ao noticiar que as conversa?es para a fus?o entre ambas avan?avam.

A Citrosuco foi fundada em 1963 por Carl Fischer, "inimigo ?ntimo" de Jos? Cutrale, fundador da rival que faleceu no fim de 2004. Com a morte do pioneiro, os neg?cios passaram a ser conduzidos por seu filho, Carlos Guilherme Eduardo Fischer, que tamb?m faleceu. Mulher forte da empresa desde ent?o, Maria do Ros?rio Fischer, vi?va de Carlos Guilherme, tem quatro filhas. E uma delas ? casada com Ricardo Erm?rio de Moraes, um dos herdeiros da Votorantim. Moraes j? foi executivo da Citrosuco, mas se afastou, em parte, pelas quest?es concorrenciais. (Colaborou Eduardo Laguna)


Fonte: Valor Econ?mico - Fernando Lopes, de S?o Paulo

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