24/05/2010Cutrale disse que nada mudar? nas opera?es ap?s a fus?o entre as concorrentes
Citrosuco, do Grupo Fischer, e a Citrovita, da Votorantim. O acordo, anunciado
na ?ltima sexta-feira, criar? a nova empresa que tomar? da Cutrale o posto de
maior empresa processadora de suco de laranja do mundo.
"O trabalho da
Cutrale n?o vai mudar em nada, vamos seguir tocando o barco, pois consideramos
natural que duas empresas competentes como essas unam as opera?es", disse
Carlos Viacava, diretor corporativo da Cutrale.
Com a fus?o entre
Citrosuco e Citrovita, que ainda depende da aprova??o dos ?rg?os federais de
defesa da concorr?ncia, a nova empresa passar? a ter entre 45% e 50% do
processamento de suco de laranja no pa?s, maior produtor mundial da bebida. J? a
Cutrale segue com entre 35% e 40%. Al?m delas, o setor, que tem quase 100% da
produ??o exportada, ? completado pela francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC),
com cerca de 20% da produ??o nacional.
Na avalia??o da Cutrale, "tocar o
barco" significa colher os frutos dos investimentos feitos nos ?ltimos anos em
infra-estrutura para ampliar a capacidade de produ??o, log?stica e de
armazenamento de suco de laranja fresco, chamado de NFC, sigla em ingl?s para
suco n?o concentrado e n?o congelado. "O investimento foi expressivo, porque o
NFC tem sete vezes mais ?gua e volume que o suco concentrado e congelado, e
ainda necessita ser pasteurizado na produ??o, no porto e no mercado consumidor",
afirmou Viacava. "Mas ? um produto nobre, de maior valor agregado", completou.
O executivo considera que o mercado para o NFC ainda ir? amadurecer, j?
que a bebida, mais cara, ainda ? sujeita a crises como a que atingiu os
principais mercados consumidores, Uni?o Europ?ia e Estados Unidos. "Eu acho que
o NFC ? o futuro", avaliou Viacava.
A Cutrale iniciou este m?s o
processamento da safra 2010 de laranja e espera transformar em suco cerca de 100
milh?es de caixas, de 40,8 quilos cada, da fruta. A empresa estima que a
produ??o de laranja no cintur?o citr?cola entre S?o Paulo e o Tri?ngulo Mineiro
ser? de 286 milh?es de caixas, 251 milh?es para as ind?strias produtoras de suco
e 36 milh?es para o mercado interno. "? a menor safra dos ?ltimos anos, o que
tamb?m ocorre na Fl?rida (segunda maior regi?o produtora)", lembrou Viacava.
A queda na produ??o da fruta e da bebida j? foi sentida nos mercados. Os
pre?os do suco de laranja no mercado internacional dispararam desde o ano
passado e valor pago ao produtor que n?o tem contrato de longo prazo varia de
US$ 7 a US$ 8 por caixa, um dos maiores j? obtidos. No entanto, Viacava lembra
que a alta no pre?o do suco tamb?m retrai o consumo.
Outro fator que
prejudica a ind?stria, segundo o executivo, ? o d?lar desvalorizado no pa?s, que
faz com que as empresas sejam obrigadas a reajustar os pre?os do suco na moeda
norte-americana. "O d?lar ? muito ruim para o exportador e a pol?tica cambial s?
pressiona o pre?o l? fora, o que prejudica o exportador", disse o diretor da
Cutrale, que j? foi secret?rio-executivo e ministro interino da Fazenda na
d?cada de 80.
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