04/11/2005
As exporta?es de suco de laranja do Brasil para os Estados Unidos devem crescer 50% este ano e repetir o desempenho obtido em 2004. O Brasil ? o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo.

Os preju?zos na citricultura da Fl?rida, provocados pelas sucessivas passagens de furac?es no Estado americano e agravados pelos estragos do Wilma, que atingiu aquela regi?o na semana passada, deve aumentar a demanda pelo produto brasileiro. A avalia??o ? do presidente da Associa??o Brasileira dos Exportadores de C?tricos (Abecitrus), Adermerval Garcia.

?Os Estados Unidos s?o o segundo maior produtor de laranja, mas eles j? tiveram no ano passado quatro furac?es, o que representa uma quebra muito forte na produ??o deles. Essa somat?ria de eventos clim?ticos l? acaba gerando uma demanda maior do suco de laranja brasileiro. O Brasil ? o ?nico pa?s capaz de suprir os Estados Unidos, em termos de qualidade, quantidade e velocidade do excedente que eles precisam?, afirmou Garcia.

Segundo Ademerval Garcia, em 2003 e 2004 houve um aumento de 50% nas vendas de suco de laranja ao mercado norte-americano. ?Esse ano n?s n?o esper?vamos manter o volume do ano passado, porque eles s?o produtores fortes e estavam se recuperando. Mas com esse evento agora, ? poss?vel que a gente mantenha o n?vel do ano passado. O que significa alguma coisa em volta de US$ 230, US$ 250 milh?es?, disse, se referindo ao Wilma.

Ele acrescentou que o esperado aumento nas exporta?es do suco n?o poder? influenciar o pre?o do produto no mercado interno, porque o Pa?s tem estoque suficiente. Representante dos exportadores, Garcia destacou a import?ncia do investimento tecnol?gico na produ??o da laranja.

?Dez anos atr?s t?nhamos 1% de ?rea irrigada, hoje n?s temos 15%, ent?o h? um investimento cient?fico atrav?s da Embrapa e de outras institui?es muito forte. Eu diria que h? um equil?brio entre ci?ncia, tecnologia, demandas, pr?ticas agr?colas e investimento comercial muito sofisticado na ?rea de laranja brasileira, nesse momento.?

Al?m dos furac?es, os pomares norte-americanos tamb?m est?o sendo amea?ados pela greening e pelo cancro c?trico, cuja dissemina??o ? acelerada pelos fortes ventos.

Commodities

A crise da citricultura na Fl?rida fez tamb?m com que as cota?es m?dias de suco de laranja registrassem a maior valoriza??o entre as principais commodities agr?colas transacionadas pelo Brasil no exterior no m?s de outubro.

Os c?lculos se basearam no pre?o m?dio dos contratos de segunda posi??o de entrega de produtos negociados nas bolsas de Nova York (suco, a?car, caf?, cacau e algod?o) e Chicago (soja, milho e trigo).

Com os preju?zos - e expectativa de perdas - na Fl?rida, o suco chegou a alcan?ar em outubro a maior cota??o desde 1998 e, em m?dia, foi negociado por US$ 1,1010, 12,95% mais que a m?dia de setembro.

Em 2005, a alta acumulada chegou a 29,65%; nos ?ltimos 12 meses, a 29,42%. Analistas lembraram durante o m?s que a tend?ncia tem efeito limitado sobre as exporta?es brasileiras, uma vez que a maior parte das vendas ? direcionada a clientes na Europa, mas que indiretamente pode estimular um aumento gradual dos pre?os dos embarques do pa?s. No ranking dos maiores ganhos acumulados no ano, a varia??o do suco de laranja superou os saltos do a?car (28,41%) e do algod?o (28,38%); nos ?ltimos 12 meses, fica abaixo apenas do caf? (30,30%). (Ag?ncias)

Cr?dito ? Tribuna Impressa