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Assassinos econômicos

01/03/2011

Por: Flávio Viegas

O documentário Trabalho Interno ( Inside Job), que concorre ao Oscar deste ano, revela como as distorções impostas à economia nas últimas décadas desaguaram na crise financeira que vivemos, e que, ao contrário do que nos querem fazer crer, está apenas começando. O assunto também é tratado no documentário Zeitgeist e, com mais detalhes, nos livros Confissões de um Assassino Econômico e Enganados, de John Perkins.

Essas obras mostram como as relações promíscuas e o jogo de interesses entre governantes, instituições governamentais, agentes que deveriam fiscalizar e regular a economia, o mundo acadêmico, entre outros, criaram um ambiente de impunidade, de propriedade absoluta de poder e inviolabilidade que deu origem a uma cultura de excessos e insensibilidade que, em vez de ampliar riquezas, produziu tragédias econômicas, desespero e abalou a economia mundial.

O processo, que inicialmente objetivava- através de relatórios adulterados, subornos, extorsões, assassinatos e endividamento- o controle e a posse das riquezas dos países subdesenvolvidos foi tão eficaz que passou a ser aplicado de forma ampla e indiscriminada e culminou na crise atual.

O que vivemos na citricultura é o resultado da aplicação desse processo em nosso setor. Relatórios fraudados em conluio com auditorias, subornos de políticos e autoridades, intimidação das vítimas, desqualificação e difamação dos oponentes, o desinteresse inexplicável da grande mídia e apoio de economistas de importantes centros universitários, sempre dispostos a colocar-se a serviço dos ricos e poderosos, têm sido usados para garantir a impunidade das empresas do setor, que, assim, aumentam, cada vez mais, seu poder e riqueza.

A nossa luta vem-se intensificando a partir do início da década de 90. Esperava-se que, com a chegada de um governo com discurso social, as nossas reivindicações fossem ouvidas e as empresas investigadas por cartelização e acusadas de destruir o patrimônio de milhares de citricultores, destruindo cerca de 350 mil ha de citros, 170 mil empregos, só no estado de São Paulo, causando enorme impacto social e econômico em cerca de 300 municípios paulistas, entre outras ilegalidades, fossem punidas. O que vimos foi uma estranha aproximação entre o governo e os representantes do que há de pior da iniciativa privada.

As investigações e os processos não avançam, o CADE continua sem quorum para julgar o caso e importantes setores do executivo, do legislativo e do judiciário apóiam e dão suporte às manobras para garantir a impunidade das esmagadoras. Até a lei que rege o Sistema Brasileiro da Concorrência, por uma estranha coincidência, está sendo modificada e muito influenciada pelo cartel da laranja. A necessidade de confissão de culpa como condição para acordo em casos de cartel, que constava da proposta original, foi suprimida; no senado, emendas que reduzem os valores das multas e permitem apresentação de mais de uma proposta de TCC, tornam a punição dos cartéis mais difícil e as penas mais leves, sinalizando que, no Brasil, o crime compensa!


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