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Preço mínimo ou preço máximo?

17/06/2011

Mais uma vez uma iniciativa em busca de proteção dos citricultores foi totalmente distorcida pelo cartel e está sendo usada em benefício das indústrias e contra os citricultores.

O processo iniciou-se com a divulgação feita pela indústria, mesmo antes de os dados serem publicados no Brasil, de que teríamos uma safra recorde, cuja conseqüência seria a queda dos preços do suco de laranja e que os novos contratos de compra de fruta ficariam entre R$10,00 e R$11,00.

Publicados pela Citrus BR os dados de uma safra de 387 milhões de caixas, ficou claro que, embora esses dados não fossem recebidos pelo mercado nem pelos citricultores com credibilidade, estava em curso uma manobra baixista com o objetivo de transferir para as engarrafadoras associadas matéria prima a baixo custo e partilhar com elas, no exterior, os ganhos auferidos.

Para tentar evitar a manobra, foi proposta a criação de um estoque, financiado pelo governo a juros subsidiados, que sinalizaria ao mercado que, mesmo que a estimativa fosse verdadeira, o mercado não seria “inundado” de suco e os preços do suco e da laranja seriam mantidos.

Para que o financiamento do estoque fosse possível, seria preciso incluir a citricultura na política de preços mínimos e, embora já houvesse um preço mínimo aprovado pelo Banco Central de R$ 11,80, a indústria exigiu que ele fosse reduzido para R$ 10,00.

Apesar da resistência das representações dos produtores, que reivindicavam um preço mínimo de até R$ 15,00, foi acordado que, para viabilizar o estoque e conseqüentemente a estabilização dos preços, o preço mínimo poderia ser reduzido. A indústria comprometeu-se a incluir uma participação a partir de US$ 2100,00.

Embora discordando dos valores, sabendo que há uma total falta de credibilidade entre os citricultores a respeito da efetividade das cláusulas de participação, esperamos que as autoridades acompanhem os estoques e os preços e que a formação do estoque impeça a queda dos preços.

Porém o que estamos vendo nos contratos da indústria é uma manobra em que o preço mínimo é usado como preço máximo e a questão principal, a dos estoques, está sendo deixada de lado. O uso do preço mínimo como “o preço fixado pelo governo” é inadmissível, como também a não inclusão da participação nos contratos, a não revisão dos preços dos inúmeros contratos que ainda são mantidos abaixo até dos R$ 10,00, a imposição de redução de preços, nos contratos de preços mais altos. Enfim, há uma indicação clara de que a indústria só aceita a parte que lhe convém dos acordos.

Concordo com o presidente da CitrusBR, hoje o maior defensor do Consecitrus, quando diz que esse acordo vai ser uma prévia do Consecitrus. O que deveria ser piso passa a ser teto e as negociações serão manipuladas de forma a oficializar as práticas já estabelecidas da indústria, que vem transferindo para si o patrimônio dos citricultores independentes e que já detém 50% do parque citrícola, promovendo a exclusão de mais de 20 mil citricultores do setor, concentrando renda, destruindo empregos, provocando enormes perdas econômicas e sociais às regiões citrícolas.


Fonte: Flávio Viegas


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