Em qualquer atividade comercial o objetivo de ambos os lados da negociação, é o ganho, ninguém investe para perder; afinal vivemos num mundo onde só se enxerga lucros e mais lucros.

No momento atual, onde não há uma definição clara de preços da caixa de laranja; o que a citricultura toda espera, é que o mercado internacional em alta de preços de sucos confirme a demanda histórica de maneira a compensar as atividades.

A aflição que domina o mercado, a incerteza de safras (atual e futura) e a realidade dos custos tira o sono do pessoal do lado de dentro da cerca.

Estamos em agosto, há a predominância clara de frutas de primeiras floradas de 2.010, o que pode concentrar e encurtar a presente safra e há, sobretudo, a necessidade de definições mais claras de valores.

Estes seriam as chaves para o sucesso da florada que vem na primavera próxima. Com rendas baixas, o citricultor não tendo condições de tratos fitossanitários e manutenção nem nos frutos hoje nas arvores, imagine para a safra futura.

Para uma pessoa mais atenta no setor, pela diversificação de produtos e subprodutos e verticalização da atividade, as indústrias ficam absolutamente senhoras dos lucros. Insisto e atento apenas nas grandes receitas geradas pelos diversos subprodutos da laranja, cujos valores cobrem de sobra os custos de industrialização e parte dos custos comerciais e de logística.

Destas receitas, o produtor não participa em nada, fica tudo para as indústrias, numa demonstração de desequilíbrio dos ganhos, com uma mesma caixa de frutas.

Hoje até o Consecana já admite estudar o repasse de parte das receitas obtidas pelas enormes montanhas de bagaço de cana, provenientes da produção de açúcar e álcool e que estão permitindo aplicação na geração e venda de energia elétrica.

Ficar dependendo somente dos preços de venda de suco concentrado-FCOJ (base de estoque do governo) é no mínimo um desiquilíbrio comercial injusto e perigoso e que tempera ainda mais a panela do desanimo que ronda o setor.

As indústrias têm capacidade equilibrada de esmagamento e mesmo assim possuem alternativas para elevação de moagem e aproveitamento máximo de rendimentos quando necessário; aos produtores nada resta a não ser torcer para que a maturação e colheita ocorram num momento certo e evite mais perdas ainda.

Tenho defendido uma relação equilibrada e aberta e permanente entre as partes, mas, as intenções vão e vem como uma marolinha ao estilo do nosso ex-presidente. Uma das marolas que começam a ir para o espaço, é o Consecitrus.
O setor merece uma relação justa para logo.
Espera-se o consenso para o futuro e compensação já para esta safra.

Ação conjunta efetivada

Cerca de 170 citricultores da região de Mogi-Mirim promoveram encontro em conjunto com o Fundecitrus que teve como objetivo destacar a eficácia do controle feito em conjunto por produtores vizinhos.

O citricultor Jorge Setoguchi é um dos integrantes do grupo. Estou otimista. Minha expectativa é de conseguir eliminar o inseto por mais tempo, fazendo menos pulverizações e tornando o negócio mais viável, diz garantindo que número de plantas doentes varia entre 0,5 a1%. Ele segue as recomendações conhecidas: uso de mudas sadias, controle do inseto vetor e inspeção e eliminação de plantas doentes.

Para saber

O frio na região sul do continente já afetou a produção de limões na região tradicional de Tucumã.

Para compensar as receitas pessimistas da laranja, embora com produção pequena, pelo lado quem produz limão espera valorização da variedade, principalmente no mercado de frutas frescas.

Eng. de Alimentos PAULO CELSO BIASIOLI
pcbiasioli@yahoo.com.br
CROP-consultoria
ALICITROS (Associação de Citricultores da Região de Limeira)
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