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Os números não mentem, mas os mentirosos fabricam os números

29/09/2011

A frase acima atribuída ao ex-presidente Itamar Franco aplica-se muito bem à indústria de suco de laranja no Brasil.

Em uma matéria reproduzida em quase todos os órgãos de imprensa e sem ouvir a Associtrus, foi destacado em manchetes o fato de que o mercado de suco de laranja encolheu 127 mil t entre 2003 e 2010. A notícia continua em tons dramáticos, informando que “somente nos Estados Unidos, principal comprador do produto brasileiro, o recuo de consumo, de 2009 para 2010 foi de 5%.”

Ocorre que os Estados Unidos há muitos anos não é o “principal comprador do produto brasileiro”, pois o mercado norte-americano é abastecido pela Flórida. Realmente, o consumo naquele país vem decrescendo e nos últimos sete anos a demanda contraiu-se em 226 mil t.

Se a demanda mundial, no mesmo período, caiu 127 mil t, conclui-se que os demais mercados, dos quais o Brasil é o principal fornecedor, cresceu no mesmo período 99 mil t, dados confirmados pelo diretor do Departamento de Citros da Flórida e sintetizados no gráfico abaixo:



Na realidade, informações alarmistas sobre a contração de mercado e informações incorretas sobre os custos de produção têm por objetivo justificar os baixos preços pagos ao produtor, que, por sua vez,” justificam” o subfaturamento dos valores das exportações que este ano deverão superar um bilhão de dólares!

As indústrias de suco de laranja do Brasil, através da politica predatória de preços que a cartelização propicia, prosseguem no processo de se apropriar do patrimônio dos citricultores, o que permite a uma delas apresentar um crescimento 25 vezes maior que o seu patrimônio nos últimos 20 anos e a outra apresentar um patrimônio superior a US$5 bilhões de dólares acumulado em pouco mais de 40 anos, enquanto os citricultores perderam patrimônio e muitos estão altamente endividados.

É revoltante observar o cinismo do porta voz da indústria ao justificar os abusos cometidos pelos seus patrões, ora afirmando que é” estratégico” o direito de preferência de entrada dos caminhões próprios e dos “amigos da indústria”, ora que produtores com produtividade abaixo de 700 cx/ha não são competitivos, sem indicar quais os países que apresentam produtividades superiores e custos inferiores aos apresentados pela citricultura paulista, que está sobrevivendo nos últimos 20 anos a duras penas, sob a exploração do cartel das esmagadoras.


Fonte: Flávio Viegas


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