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Governo diz que não usará superpoderes dados ao Conselho

11/10/2011
Secretrio de Direito Econmico garante que empresas no sero inspecionadas sem aviso prvio e sem mandado

08 de outubro de 2011 | 3h 06

LU AIKO OTTA / BRASLIA - O Estado de S.Paulo

O Super Conselho Administrativo de Defesa Econmica (Super Cade) no vai aumentar o grau de agressividade de suas investigaes por formao de cartel e outras prticas anticoncorrenciais, mesmo tendo ganhado, com a lei aprovada esta semana, a possibilidade de entrar nas empresas sem aviso prvio ou mandado judicial para coletar provas dessas irregularidades. Esse um superpoder que o governo no pretende usar, assegurou ao Estado o secretrio de Direito Econmico, Vincius Carvalho.

"No vamos mudar a nossa prtica. Se a lei for sancionada com esse dispositivo, a tendncia que ele seja regulamentado de forma a manter o respeito s instituies." A inteno, explicou ele, manter as inspees como previstas na legislao em vigor. Antes de ir s empresas, os tcnicos as notificaro com pelo menos 24 horas de antecedncia. As visitas sero em horrio comercial. No haver apreenso de documentos, mas os tcnicos podero tirar cpias. "Inspeo o ltimo dos ltimos dos instrumentos", disse Carvalho.

At hoje, a inspeo s foi feita uma vez, na Ambev, para investigar contratos de exclusividade. As provas coletadas permitiram ao Cade aplicar a maior multa de sua histria: R$ 352 milhes.

No ano passado, a Confederao Nacional da Indstria (CNI) entrou com uma ao direta de inconstitucionalidade (Adin) contra o instrumento. Para a entidade, a inspeo, mesmo com aviso prvio, fere a Constituio porque necessita de autorizao judicial, segundo o gerente executivo jurdico da CNI, Cssio Borges. E tambm fere o princpio segundo o qual uma pessoa ou empresa no obrigada a produzir provas contra si, entre outros pontos.

"Se a inspeo j era de constitucionalidade duvidosa, agora o ainda mais", disse o coordenador do grupo de estudos de direito concorrencial da Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp), Celso Campilongo. Segundo o gerente jurdico da CNI, se o dispositivo for sancionado, a entidade poder fazer um aditamento Adin que j est no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele acredita que a falta da notificao prvia se choca com o princpio de publicidade que tem de ser observado pelos agentes pblicos.

O relator da lei que criou o Super Cade, deputado Pedro Eugnio (PT-PE), dever requerer mesa da Cmara a correo de um erro ocorrido durante a votao da lei na noite de quarta-feira. O texto aprovado fixa multas por formao de cartel de 0,1% a 20% do faturamento das empresas, como sugeriu o Senado, e no de 1% a 30%, como pretendiam o governo e o relator. Por engano na conduo da votao, os deputados acabaram aprovando as alquotas menores, quando pretendiam o contrrio.

A mudana parece ser uma reduo no valor das multas, mas na verdade pode ser at um aumento, disse Vincius Carvalho. Isso porque a redao defendida pelo governo fala em 1% a 30% do faturamento da empresa no mercado relevante. J a redao aprovada por engano no Senado fala em 0,1% a 20% no ramo de atividade empresarial da empresa. "O setor de atividade econmica pode ser maior que o mercado relevante", disse.

Por exemplo: se uma empresa forma um cartel para distribuir gs no Tringulo Mineiro, o mercado relevante o Tringulo Mineiro e a multa, pela redao desejada pelo governo, seria de at 30% do faturamento dela na regio. Pelo texto aprovado na Cmara, porm, a multa ser de at 20% do faturamento no ramo de atividade, que no se sabe exatamente o que . Pode ser o mercado de gs, que tende a ser uma base mais ampla, dependendo da rea da empresa. Se prevalecer a redao do Senado, o Cade precisar regulamentar o que ramo de atividade. Para Celso Campilongo, esse conceito vago e aumenta o poder discricionrio do rgo antitruste.

Exclusividade. Outro ponto da Lei do Super Cade comeou a gerar polmica ontem. Mais de 150 fabricantes de bebidas representados pela Associao dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebrs) reclamaram do fato de os contratos de exclusividade com estabelecimentos comerciais terem sido excludos da lista de prticas potencialmente lesivas concorrncia. "No nosso setor, duas empresas tm 75% do mercado e elas atuam na base da exclusividade", disse o presidente da entidade, Fernando Rodrigues de Bairros. "Os pequenos no tm como competir."

A excluso da exclusividade foi fruto de um acordo firmado minutos antes da votao da lei. Na ocasio, o governo avaliou que a mudana no seria prejudicial porque a lista de prticas que trazem risco concorrncia exemplificativa. Para a Afrebrs, porm, a omisso pode provocar interpretaes na Justia que favoream as grandes do setor.

Fonte: Estado de So Paulo
Data: 08/10/2011

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