09/12/2011 Barreiras comerciais dos EUA, doena do greening e cancro ctrico, burocratismo e insensibilidade do governo do estado, atrapalham a vida da citricultura.
Enquanto as reportagens publicadas mundo afora indicam a vitria do Brasil diante dos EUA na OMC na disputa comercial em torno do suco de laranja, o governo do estado de So Paulo decide suspender o seguro que visava melhorar a qualidade sanitria dos pomares paulistas.
O estado de So Paulo precisa combater de maneira determinada a conhecida e onerosa tradio burocrtica. Pases desenvolvidos foram os que mais aceleraram a simplificao de procedimentos para favorecer a atividade empreendedora. preciso que as instituies favoream -em vez de atrapalhar- aqueles que querem empreender.
Em 2010, foi o prprio executivo paulista, atravs da Secretaria de Estado da Agricultura, quem lanou um seguro para os citricultores minimizarem seus prejuzos com o greening e o cancro.
Inicialmente o governo de So Paulo anunciou que para cada p de laranja arrancado em razo do greening, os agricultores receberiam R$ 4, desde que a erradicao no ultrapassasse 3% do total do pomar. Para o cancro, a indenizao foi definida em R$ 19 por rvore contaminada, limitada a 25% do pomar cultivado.
Quando foi lanado o programa disponibilizou R$ 35 milhes para a linha de seguro, com o objetivo de amparar 19.600 citricultores. Somente propriedades com at 20 mil plantas podiam fazer o seguro sanitrio. A secretaria estimava que 80% dos produtores do Estado se enquadravam nesse requisito.
Na 2 etapa, 2011/2012, segundo informao publicada pela da Associao Brasileira de Citricultores Associtrus, foi solicitado a ampliao do benefcio do Seguro Sanitrio s propriedades com at 40.000 plantas - mais de 90% das propriedade.
Na 3 etapa, os citricultores j realizam gestes junto ao Ministrio da Agricultura para que o governo federal tambm participe do seguro sanitrio da citricultura proporcionando o seguro a 98% dos citricultores.
O citricultor importante para o desenvolvimento nacional, estimula o mercado de trabalho e d dignidade a milhes de trabalhadores e suas famlias.
Ao reconhecer os citricultores paulistas como produtores de riqueza, permitindo-lhes um tratamento adequado, os governos federal, estaduais e municipais esto investindo em cidadania, na autoestima dessas pessoas e no desenvolvimento das economias locais partir do campo.
Em So Paulo, mesmo quando as autoridades estaduais criam um programa com o propsito de ajudar a citricultura, fazem-no com indeciso e em ritmo lento. No admissvel o perverso conluio entre burocratismo e a insensibilidade diante de agricultores que so cobrados diuturnamente por eficincia. O governo paulista no pode mais se esquivar de apresentar um plano para debelar a crise sanitria na lavoura em seus aspectos conjunturais e estruturais. Tem quadros com competncia poltica e tcnica para cumprir a sua obrigao.
Djalma Batigalhia, jornalista e assessor do gabinete da Liderana do PCdoB na Assembleia Legislativa de So Paulo
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