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Safra 2011/12

09/02/2012
A indústria vem encerrando o processamento da safra 2011/12 cuja comercialização se estenderá até o final de junho de 2012.

O ano agrícola de 2011 caracterizou-se por uma recuperação da safra de citros em São Paulo, que se elevou de 322 para 375 milhões de caixas , o que serviu de pretexto para a indústria reduzir os preços da caixa de laranja, que estavam em um patamar de R$15,00 a R$16,00 por caixa de 40,8 kg, para um valor abaixo de R$10,00 por caixa. Apesar de o governo haver estabelecido, em um acordo com as indústrias, um preço mínimo de R$10,00 por caixa, apenas uma pequena parcela da fruta foi contratada nesse nível. A maioria da fruta foi adquirida através de intermediários, que pagaram ao produtor preços inferiores a R$8,50/cx contra um custo de produção que superou R$18 por caixa! A redução dos preços da laranja ao produtor não refletiram o comportamento do preço do suco concentrado no mercado internacional, que se manteve num patamar superior a US$2700/t e o NFC num patamar superior a US$ 700/t o que equivale a US$ 3900/t se convertido a 66 brix.

Adicionalmente, a indústria brasileira privilegiou o recebimento da fruta de seus próprios pomares, liberando aos produtores independentes cotas de colheita muito abaixo das necessidades dos fornecedores, o que estendeu o período de colheita, intensificou as perdas e aumentou os custos de produção. O represamento da colheita e as longas filas de espera aumentaram os custos de colheita e frete. A longa duração do período de colheita provocou uma maior perda por queda de frutos, perda de peso e de qualidade da laranja. Além disto, o produtor foi obrigado a fazer pulverizações e práticas culturais com fruto na árvore, o que reduziu sua eficiência, aumentou os custos e os riscos de contaminação do fruto e, consequentemente, do suco. A safra terminou sem que muitos produtores tivessem condição de colher toda a sua produção; estimamos que as perdas de produção dos produtores independentes superaram 15%!

A permanência do fruto na árvore por mais tempo do que o necessário e os baixos preços terão impacto na produtividade da próxima safra.

O ano de 2011 caracterizou-se também por um aumento do preço do suco de laranja decorrente da queda de produção ocorrida nos últimos anos. A manutenção do preço do suco em patamares elevados desmente a insistente afirmação da indústria sobre a contração do mercado. A redução dos estoques mundiais de suco de laranja confirma que a demanda tem superado a oferta e reafirmamos que o mercado para o suco brasileiro cresceu. A redução da demanda está concentrada no mercado norte-americano e, como a questão do carbendazim deixou bem claro, a redução da oferta da Flórida tem superado a queda da demanda. A Flórida atende apenas 60% da demanda norte-americana e necessita do suco brasileiro para complementar a oferta e para melhorar a qualidade de seu suco que é predominantemente de variedades precoces.

Neste anos, reiniciou-se a discussão do Consecitrus e foi negociado o financiamento de parte do estoque de suco para evitar uma queda brusca do preço do produto e da laranja. O preço do suco manteve-se em patamares elevados em relação aos últimos anos, mas o preço da laranja ficou em patamares muito baixos e os produtores enfrentaram grandes problemas, como foi comentado acima. Finalmente, no fim de dezembro tivemos o embargo do suco no mercado norte-americano em função da detecção de resíduos de carbendazim no suco. A questão ainda está em discussão e, se não resolvida, poderá criar problemas que somente seriam solucionados dentro de 18 a 24 meses.

Os principais entraves para o setor continuam sendo a extrema concentração do setor industrial, a verticalização, as doenças e pragas e o aumento dos custos.

O setor continua a sofrer sob o poder do oligopólio, agora mais concentrado após a fusão da Citrosuco com a Citrovita, que reduziu a três o número de empresas processadoras em São Paulo.

O CADE reconheceu que a verticalização da produção, que já assegura para a indústria mais de 40% da fruta que produz, dá às esmagadoras um enorme poder de impor os preços aos produtores.

O ?greening?, o recrudescimento do cancro cítrico e das doenças fúngicas têm sido grandes problemas da citricultura e, aliados aos aumentos dos custos dos insumos e da mão de obra, vêm provocando um enorme aumento no custo de produção, que o produtor não consegue repassar, aumentando seu endividamento e a transferência de renda e patrimônio para as esmagadoras.


Fonte: Flávio Viegas

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