17/02/2012
Decisão visa a diminuir custos e reduzir calorias para fidelizar consumidor

por Luciana Franco

Diferente da Coca-Cola, sua maior concorrente no segmento de bebidas, a PepsiCo anunciou essa semana que vai adicionar 45% de água no suco de laranja concentrado que comercializa nos Estados Unidos. A decisão foi tomada depois que os preços futuros do suco congelado e concentrado disparam na bolsa de Nova York nas ultimas semanas, em resposta ao veto dos Estados Unidos ao suco brasileiro e canadense que contém o fungicida carbendazim.

A alta de preços reflete o temor que a indústria americana não consiga abastecer o mercado interno, uma vez que os Estados Unidos importam mais de 70% do seu consumo. Apesar dos movimentos especulativos dos fundos de investimentos em torno da decisão de vetar as importações com o fungicida, é provável que no longo prazo o preço do suco registre queda, motivado justamente pela retração que haverá do consumo. Os Estados Unidos estão tratando a questão do carbendazim como de segurança alimentar e isso pode derrubar o consumo interno, mas não se trata de um produto que faz mal a saúde. A Organização Mundial do Comércio (OMC) aceita este produto, avalia Christian Lohbauer, presidente da Citrus BR, entidade que agrega as indústrias de suco do Brasil.

O esforço da PepsiCo é de tentar não perder o consumidor de suco de laranja, que está migrando para outras bebidas como refrigerantes, chás e energéticos, alegando que o suco de laranja é muito calórico. A empresa também quer diluir os custos de produção. A Coca-Cola, por sua vez, comercializa o produto 100% integral e aposta nos consumidores que buscam produtos mais saudáveis.

Na última década, o consumo de suco de laranja caiu 25% nos Estados Unidos e se situa em cerca de 850 mil toneladas por ano.