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Safra 2012/2013 de laranja promete muitas emoções aos produtores

04/07/2012

Fonte: Eng. Agr. Roberto Barretto Dias Filho
http://www.barrettocap.com.br/index.php/noticias-e-informacoes
Data da Publicação: 01-07-2012

Uma colheita que tenderá a ser mais sofrida que a do ano passado, poucos ou nenhum contrato novo, indefinição de preços e erradicação de pomares em um nível poucas vezes vista por aqui.

Nada de novo. Este é o resultado das reuniões em Brasília. Perdemos tempo apenas e ficou mais do que evidente que o discurso sobre “moer parte das laranjas precoces” nada mais era do que uma bravata.

Com o encerramento das operações de parte das plantas industriais sob o comando das três grandes processadoras, fica praticamente impossível cumprir as metas prometidas nas reuniões. Reduzir a eficiência da extração para “receber mais laranjas e produzir menos suco” não faz o menor sentido. Estariam também aumentando a quantidade de resíduos, os quais todos sabemos seriam reaproveitados em outro elo da cadeia da laranja. Estariam aumentando o custo do suco de forma espetacular, em um momento onde os preços estão sofrendo com especulações baixistas em face da crise que se encontra o “primeiro mundo”. Um suicídio.

A crise que está ocorrendo agora já poderia ter sido prevista. Os plantios em pomares próprios só tem se intensificado de maneira fantástica nos últimos anos como consequência de um posicionamento técnico visando aumentar o número de plantas por área para obter melhor rendimento dos pomares em um curto espaço de tempo e da política adotada com vistas a aumentar a quantidade de pomares próprios ou arrendados. Se eles plantam, alguém tem que arrancar. A capacidade de extração não aumentou na mesma proporção em que foram plantados novos pomares. Para as indústrias de suco não existe interesse nenhum na manutenção de grande quantidade de matéria prima disponível no mercado. Esta disponibilidade poderia incentivar a entrada de novos concorrentes no mercado, o que daria “mais trabalho” para manter um equilíbrio nas contas do grupo.

A indústria precisa de uma crise para forçar a erradicação dos pomares. E isto tem que ser feito de tal forma que fique claro que não foi por culpa das atitudes deles que a safra chegou aos níveis que vemos atualmente. Por isso a necessidade de fazer meia culpa, assumir alguns poucos prejuízos em favor do produtor que precisa ser assistido, promover discursos que tendam a “unir o setor” em uma causa comum com redução de impostos.

Está mais do que certo que redução de impostos é necessária para todo mundo. Temos um excesso de tributação sobre a produção que não interessa a ninguém, a nenhum setor da economia. É um imposto ruim, que acaba por prejudicar exportações, a lucratividade das empresas e o consumidor.

Só para comentar, mas surgiu uma dúvida: caso a proposta feita para que a CONAB recebesse e armazenasse as frutas precoces fosse aceita, onde é que eles iriam colocar estes frutos? Por favor. Não responda em nome da boa educação.

- Algumas previsões:
De acordo com informações coletadas no campo de várias fontes, foi possível verificar as seguintes tendências. O tempo se encarregará de demonstrar o quanto eram precisas estas informações coletadas.

- Preços e contratos: Devem ficar entre os mesmos R$ 10,50 da safra anterior com tendência para R$ 12,00. Existe o risco que sejam honrados apenas os contratos já firmados e não sejam feitos novos contratos. O mais provável e sensato seria firmar novos contratos e dividir as perdas entre todos. Faria mais sentido.

- Início da colheita: A colheita deve ser iniciada muito lentamente a partir do dia 10 de julho. Tenderá a ser uma colheita bastante morosa.

- Frutas precoces: Existem duas alternativas para esta questão: ou estas variedades não serão colhidas, ou será feita uma colheita lenta, só para dizer que tentou fazer algo para “ajudar o produtor”. É bem provável que ocorram perdas em todas as variedades, numa tentativa de fazer com que os prejuízos sejam diluídos, dando uma percepção de que algo foi feito para solucionar o problema.

- Mercado de frutos “in natura”: Travado, com preços bastante pressionados pela oferta excessiva de frutos. Sem muitas perspectivas de ganhos por parte dos produtores e barracões de processamento de frutos.

- Erradicação de pomares: Tendência de haver uma migração em proporções bastante grandes. Existem duas culturas que tenderão a ser escolhidas: a cana-de-açúcar e a Seringueira. Em alguns casos o Eucalipto poderá ser uma solução viável.

- “Greening” e Cancro cítrico: pomares abandonados, com redução significativa de investimentos tenderão a promover um aumento muito significativo na quantidade de inóculo destas duas doenças, o que agravará com certeza o problema já enfrentado por alguns produtores com seus vizinhos com pomares abandonados ou mal gerenciados.

Dentro dos próximos dois anos poderá ser apurado o tamanho do estrago causado pela atual crise. Todos sem exceção pagarão esta conta, até mesmo as indústrias de suco. Resta saber se depois desta inoculação maciça destas doenças sobrará laranja suficiente para atender as indústrias e o mercado de frutos “in natura”, ou se caminharemos para o mesmo destino dos pomares da Flórida, onde a produção de laranja caiu e está encontrado muita dificuldades para voltar a crescer. Muitos pomares não estão passando do terceiro ano de vida após o plantio devido à incidência principalmente do “Greening”.


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