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Produtores da região fazem protesto contra crise da laranja

27/07/2012

Citricultores cobram mais empenho do Governo Estadual frente à delicada situação do setor.

Por: Fernando Martins


Foto: Daniel Barreto



Produtores de laranja de várias cidades da região marcaram presença em manifesto do setor no centro de Taquaritinga/SP contra a crise enfrentada na safra 2012/2013. Os citricultores exigem que o governo do Estado de São Paulo crie medidas para assegurar a venda da produção. Caso contrário, cerca de 83 milhões de caixas de laranja correm o risco de serem perdidas nos pomares até fevereiro do ano que vem. Estimativas da Câmara Setorial de Citricultura já falam em 8 milhões de caixas perdidas até o momento. No manifesto, laranjas e suco da fruta foram distribuídos para a população em sinal de protesto.

Segundo estimativa do Sindicato Rural de Taquaritinga, cerca de 500 produtores participaram do ato, vindos da própria cidade e outras como Araraquara, Itápolis, Ibitinga, Matão, Bebedouro, Tabatinga e Limeira.

Protesto

A ideia inicial dos citricultores era realizar o protesto às margens da Rodovia Washington Luís (SP-310), na altura do km 327, em um posto de combustíveis. Essa é uma rota tradicional de escoamento da produção. Os organizadores prometeram uma manifestação pacífica, mas prevendo uma possível interdição da rodovia, a concessionária responsável pelo trecho garantiu uma liminar judicial impedindo o ato.

Assim, uma carreata seguiu da rodovia até o centro da cidade, passando pela Rua Prudente de Morais, a principal via do comércio de Taquaritinga. Pelo caminho, populares se espremiam para pegar laranjas distribuídas por um caminhão. "Trouxemos 10 toneladas de laranja para o povo", explicou Marco Antonio dos Santos, presidente da Câmara Setorial de Citricultura e do Sindicato Rural de Taquaritinga. (Veja repercussão ao lado).

Atitude

Os manifestantes exigem mais atitude do governo estadual. "Parece que a laranja do Brasil é plantada em outro estado", lembra Santos, dizendo que o prejuízo pode ultrapassar R$ 1,2 bilhão.

"Esta foi a primeira manifestação de outras que faremos. Na segunda-feira mobilizaremos a região de Monte Azul Paulista para engrossar o grupo", acrescenta Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus).

‘A citricultura descansa em paz’

No meio do protesto, entre fogos de artifício e um trio elétrico para chamar a atenção do público. A carreata e o buzinaço romperam a calma do centro de Taquaritinga, mas o clima era de apreensão.

"Nunca vi e nem passei por uma situação como essa. Lembro que em 1999 sofremos com pragas como o greening, o amarelinho e a pinta preta, mas nunca como isso", conta Valdir Butarello, produtor rural de 66 anos.

Ele tem duas propriedades em Itápolis que somam 50 mil pés. E os prejuízos já começam a ser contabilizados. "Em relação ao que se pagava no ano passado, já perdi certamente uns R$ 100 mil. Isso ia liquidar minhas dívidas, agora nem sei mais. Vejo que graças a esse abandono, a citricultura descansa em paz", revela.

Outro produtor da cidade, Norival Ferreira Filho, 44, diz que já pretende derrubar a produção do pomar. "Minha capacidade produtiva é de 20 mil caixas. Vou ver quanto custa para derrubar algo em torno de 9 mil."

Para ele, a solução está nas mãos do governo. "Falta saber um preço mínimo da fruta, pois a indústria estanca a autonomia dos produtores. Meu custo de produção é de R$ 14 por caixa. A fábrica compra por R$ 7, isso ainda se eu entregar na porta", diz indignado.

Distorções

Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), diz que a indústria tem distorcido os números da crise. "Enquanto eles falam que têm 600 mil toneladas de suco estocados, o ministério da Agricultura dos Estados Unidos divulga que são 205 mil. Essa diferença é justamente o que precisaríamos processar para sair dessa situação", revela.

Ele acrescenta que os mercados externos falam em retração de 2% na economia, enquanto as indústrias usam margem de 15%. "Somente o governo tem mecanismos para ajudar a controlar isso e não deixar o produtor abandonado nessa situação complicada", conclui.


Veja mais detalhes na Tribuna Impressa.


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