Barretos, Jaboticabal, Olímpia e Monte Azul fizeram compra da fruta. Bebedouro ainda não

Pelo projeto Citricultura Familiar do Noroeste Paulista, desenvolvido pelo Sebrae, em parceria com oito municípios, entre eles Bebedouro, algumas cidade já realizaram chamadas públicas para compra de laranja destinada a escolas e creches. Jaboticabal fez uma compra no mês passado; Olímpia participa através de entidades privadas que prestam serviços de alimentação ao município; Barretos realizou chamada pública na semana passada. Dos grandes produtores de laranja da região, apenas Bebedouro não realizou chamada pelo projeto do Sebrae, neste momento de crise da citricultura.

O projeto do Sebrae, que atende cerca de 100 produtores de citros e funciona com apoio de cooperativas de Bebedouro e Barretos (Cooperfam e Coopbar), realiza principalmente um trabalho de orientação, em que citricultores recebem uma vez por mês um agrônomo em sua propriedade, para avaliar a plantação, tendo em vista manejo, poda, doenças e pragas. Mas neste momento de crise do setor, o Sebrae busca maneiras de auxiliar no escoamento da produção, a fim de diminuir os prejuízos.

De acordo com a consultora de agronegócios do Sebrae, Tatiana Candeo, existe um trabalho de apresentação do projeto aos municípios, para que eles possam inserir a laranja na merenda de creches e escolas. A equipe realiza contatos também com empresas privadas, que mantêm cozinhas industriais e que servem mais de mil refeições, a fim de que elas também possam comprar a laranja diretamente do produtor.

“A gente tem buscado diversas alternativas para escoamento da produção, que embora sejam pequenas, pelo menos evita perderem toda a produção”, afirma a consultora.

Segundo Candeo, uma das grandes dificuldades para dar mais fôlego ao projeto é a participação das próprias Prefeituras, que afirmam que merendeiras não querem descascar a fruta para distribuir na merenda. Pensando nisso, a Cooperfam estuda meios de implementar máquinas de suco para dinamizar o processo. Outras dificuldades são a própria aceitação da laranja por parte das crianças e questões de logística.

Mas, para a consultora, os negócios embora pequenos são rentáveis. Quando uma chamada pública para compra de laranja é abaixo de R$ 100 mil é feita uma pesquisa nos mercados locais para consultar o preço médio do produto, além da tabela do Conab, que mantém um valor instituído pelo Governo Federal. Se o valor for superior a R$ 100 mil, além do Conab, também são consultados os varejões.

“Para o produtor compensa. Na chamada pública de Jaboticabal, por exemplo, realizada em julho, estava saindo R$ 2,10 o quilo da pêra-rio. Na última publicação do presídio de Taiúva foi pago R$ 1,50 o quilo”, revela a consultora do Sebrae, que explicou que a compra é realizada entre todos os produtores participantes do projeto na região da chamada.

Também como parte do projeto, o Ceagesp vai realizar o Dia do Campo na Cidade, no dia quatro de setembro, quando os citricultores serão informados sobre como funcionam as compras dos produtos. “É uma oportunidade de estar de frente com atacadistas para negociar em grande escala”, afirma Candeo.

Quem pode participar

Todos os citricultores podem participar do projeto do Sebrae e receber consultorias gratuitas. Mas para fornecer laranja para merenda escolar podem participar apenas produtores com propriedade de até quatro módulos fiscais rurais, cuja renda seja 80% exclusivamente advinda da atividade.

Em Bebedouro é a Casa da Agricultura quem levanta os requisitos exigidos e qualifica o citricultor.

O projeto Citricultura Familiar do Noroeste Paulista está com inscrições abertas para novos produtores. O prazo é até o fim deste mês.

Interessados devem procurar mais informações no Sebrae Barretos (17) 3323-2899, na Casa da Agricultura de Bebedouro (17) 3342-4022 ou na Coopercitrus mais próxima. 

Fonte: Jornal Impacto de Bebedouro