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Estoques fartos de suco travam a recuperação da citricultura

20/02/2013



Por Fernando Lopes e Luiz Henrique Mendes | De São Paulo



Colheita de laranja na região de Araraquara, no interior paulista: próxima safra (2013/14) será menor, mas estoques elevados limitarão reação dos preços

As esperanças de produtores de laranja e empresas exportadoras de suco de que a crise de rentabilidade que afeta o segmento se torne menos aguda na próxima temporada (2013/14) e seja superada na safra seguinte (2014/15) sofreram um novo baque ontem com a divulgação do nível de estoques da commodity nas mãos da indústria.

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que representa Cutrale, Citrosuco /Citrovita e Louis Dreyfus, os estoques globais de suco de laranja brasileiro chegaram a 1,144 milhão de toneladas em 31 de dezembro, o equivalente ao total embarcado pelo Brasil no ano passado.

Ainda que o Brasil exporte tanto suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) quanto o suco integral pronto para beber, não concentrado (NFC), os cálculos sobre o volume armazenado convertem todo o volume em FCOJ, que é a "soft commodity" negociada na bolsa de Nova York.

Do total estocado em 31 de dezembro, informou a CitrusBR, 311 mil toneladas foram dadas como garantia nos termos da Linha Especial de Crédito (LEC) criada pelo governo para enxugar o mercado e não podem ser comercializadas nesse momento pelas empresas.

Mesmo assim é muita coisa. Em junho do ano passado, os estoques totalizavam 662,5 mil toneladas, ou US$ 3,1 bilhões, o suficiente para 7,9 meses de consumo. Em dezembro de 2011, eram 932 mil toneladas. Nos dois casos, as mesmas 311 mil toneladas vinculadas à LEC já faziam parte do volume total.

O grande volume estocado turva o cenário de recuperação do mercado, que vinha ganhando contornos mais claros em virtude da redução da oferta de laranja nos cinturões de São Paulo e da Flórida, que reúnem, nessa ordem, os dois maiores parques citrícolas do planeta.

Segundo a CitrusBR, a colheita da safra 2013/14 em São Paulo e no Triângulo Mineiro (onde as empresas exportadoras, radicadas em São Paulo, também se abastecem de matéria-prima), que terá início em junho e deverá se prolongar até janeiro, deverá render 281 milhões de caixas de 40,8 quilos, ante as 364 milhões estimadas para 2012/13.

Depois de duas supersafras seguidas na região - em 2011/12 foram 428 milhões de caixas, segundo a indústria -, a queda prevista, em um cenário de demanda global por suco retraída, vem acompanhada pela redução da produção da fruta também na Flórida. De acordo com Maurício Mendes, presidente da consultoria Informa Economics FNP e membro do Grupo de Consultores em Citrus (GConsi), a colheita da safra 2011/12 no Estado americano, que terminará em julho, deverá alcançar 141 milhões de caixas, bem abaixo das estimativas iniciais para a temporada, que sinalizavam mais de 150 milhões.

E esse volume, segundo ele, ainda poderá recuar mais. Somadas as reduções das produções de laranja de São Paulo e da Flórida, o volume de suco que deixará de entrar no mercado poderá atingir aproximadamente 500 mil toneladas.

Seria o suficiente para reduzir os estoques e dar fôlego ao segmento na próxima safra, mas o grande volume armazenado pelas indústrias surpreendeu Mendes e devolveu à reação da demanda por suco, cujas cotações em Nova York seguem sob pressão (ver gráficos), um papel de protagonista que tem decepcionado o segmento na última década.

Nesse contexto, os contratos de longo prazo firmados entre empresas e fornecedores terceirizados da fruta perderam força e os preços da laranja no mercado spot seguem em torno de R$ 6, de acordo com o Cepea/Esalq - valor insuficiente para cobrir os custos de produção, estimados por Mendes entre R$ 8 e R$ 12, dependendo da produtividade.

Com subsídios do governo federal, os produtores conseguiram escoar 40 milhões de toneladas de laranja da safra 2012/13 por R$ 10, e a prorrogação desse apoio será reivindicada. As indústrias também poderão solicitar mais uma prorrogação da LEC, mas não há garantias do que o segmento, que continua a discutir a criação de um conselho para harmonizar as relações entre citricultores e empresas, vai conseguir.


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