19/10/2006
O vice-presidente da Associtrus, Douglas Eric Kowarick, participou quarta-feira (18), ? noite, da 15? Jornada de Administra??o do Imesb ?Vict?rio Cardassi?. Atento ?s mudan?as ocorridas no setor c?tricola ao longo dos anos, Douglas frisou a rela??o desigual entre os setores produtivo e industrial. ?Se as condi?es de negocia??o entre produtores e industriais n?o chegarem a um consenso, acredito que a laranja continuar? a ceder espa?o para a cana-de-a?car devido ? rentabilidade?, disse Douglas. Apesar do aumento do pre?o do suco de laranja no mercado internacional, as excelentes proje?es do setor ficam restritas ?s ind?strias. ?Na atual conjuntura, a citricultura paulista ainda n?o sofreu os reflexos da valoriza??o do suco no exterior. Isto acontece porque o setor industrial ? muito fechado, controla todo o segmento e n?o permite que este ganho chegue ao citricultor?, observou Douglas. O empobrecimento do setor produtivo ? refletido diretamente nos munic?pios que t?m suas economias focadas na produ??o de laranja. Nos anos 80, a laranja teve um reflexo muito forte na economia do interior paulista. ?Naquela ?poca, a estrutura fechada das ind?strias ainda n?o existia, por isso o produtor era remunerado, em 30% sobre o valor final do suco na prateleira dos supermercados no exterior. Hoje, esta remunera??o n?o chega a 12%. Sem recursos, os citricultores deixaram de injetar dinheiro no com?rcio das cidades, de gerar empregos e desenvolvimento?, lamentou Douglas. A divulga??o das informa?es do setor citr?cola para os jovens universit?rios ? fundamental para a forma??o de uma sociedade consciente de seu papel na economia. ?O jovem administrador come?a a enxergar a rela??o comercial e empresarial da propriedade agr?cola por um outro aspecto. Chegamos ao ponto em que estamos por falta de associativismo. A Associtrus cumpre o seu papel, mas a comunidade precisa tomar consci?ncia deste mecanismo de concentra??o da ind?stria, que prejudica a economia de todo o Estado?, disse Douglas. O evento contou tamb?m com a participa??o do gerente da divis?o agr?cola da Coplana de Guariba, Adilson Luis Penariol, e do presidente da Aciab, M?rio Gomes de Oliveira J?nior. Adilson tra?ou as perspectivas para o setor sucroalcooleiro mostrando o significativo crescimento dos mercados interno e externo de a?car e ?lcool. A safra 2006/2007 ser? 5,4% maior que a anterior, atingindo 6,2 milh?es de hectares de ?rea plantada com cana. ?Em S?o Paulo est? concentrada 60% da safra brasileira, com 3,7 milh?es de hectares de cana. O setor processou 105,2 milh?es de toneladas na safra anterior gerando R$ 3,1 bilh?es. A safra 06/07 ter? um aumento de 54,8% , com o processamento de 110 millh?es de toneladas e faturamento de R$ 4,8 bilh?es?, informou Adilson. A velocidade com que a cana-de-a?car avan?a no Estado de S?o Paulo deve-se ?s suas excelentes proje?es de crescimento. ?Nenhuma cultura consegue brecar o avan?o da cana-de-a?car. O setor sucroalcooleiro cresceu 123% de 2005 a 2006?, observou Adilson. O Brasil j? assumiu a ponta na produ??o de a?car e ?lcool, ultrapassando pa?ses da Uni?o Europ?ia e Cuba, que, h? cinco anos, eram l?deres no setor. Em 2010, a produ??o de cana deve atingir 570 milh?es de toneladas, no Brasil. O presidente da Aciab, M?rio Gomes de Oliveira J?nior, falou dos impactos no com?rcio de Bebedouro. ?A transi??o da laranja para a cana faz com que as cidades que at? ent?o dependiam exclusivamente dos citros sofram com o desest?mulo dos empres?rios num geral. Hoje estamos cercados pela cana-de-a?car, mas n?o possu?mos nenhuma ind?stria no munic?pio, ou seja, a cana n?o distribui renda nem gera emprego na cidade?, disse M?rio. Ap?s as exposi?es dos convidados, os alunos tiveram a oportunidade de esclarecer d?vidas atrav?s de perguntas.