O engenheiro agrônomo Orlando Sampaio Passos, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é, desde o dia 24 de julho, o mais novo membro titular da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.

A posse aconteceu durante sessão especial da 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em Recife (PE). “A sua proximidade com a Academia Brasileira de Ciência Agronômica torna-se efetiva a partir de agora, pois seu nome foi reconhecido como eminente profissional de Agronomia”, disse Eudes de Souza Leão Pinto, presidente vitalício da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica e titular da Academia Nacional de Engenharia.

Este é mais um dos reconhecimentos que o especialista em Fitomelhoramento pela Universidade da Califórnia (Estados Unidos) tem recebido ao longo dos 50 anos de atuação na pesquisa em citricultura. Em 1994, por exemplo, o pesquisador recebeu a distinção de honra ao mérito pela Sociedade Brasileira de Fruticultura. Em 2010, durante o IV Encontro da Citricultura Sergipe e Bahia e a 42ª Festa da Laranja, em Boquim (SE), foi homenageado como Personalidade Citrícola, pelos relevantes serviços prestados à citricultura sergipana. Já em 2012, teve seu sobrenome escolhido para nomear a variedade de lima ácida ‘BRS Passos’, lançada como alternativa para o Centro-Oeste brasileiro na entressafra que atende ao mercado de fruta in natura. Para ele, a homenagem da Academia “nada mais é do que uma generosa deferência, talvez pelo tempo de estrada”.

Atividades

O pesquisador lidera diversos projetos de pesquisa e colabora em outros, a exemplo do “Potencial e desafios da citricultura no semiárido brasileiro”, e é um dos entusiastas da instalação da cultura dos citros na região, assim como na Chapada Diamantina (Bahia) e da revitalização da citricultura no Vale do Jaguaribe (Ceará), onde lançará oito clones da famosa “laranja de Russas” durante o Frutal 2013, em Fortaleza. “Na Chapada, com altitudes acima de 800 metros, o maior potencial é para a exploração de citros para mesa (laranjas e tangerinas). Já o submédio do Vale do Rio São Francisco tem se mostrado bastante promissor para o plantio de espécies cítricas destinadas ao consumo in natura e à industrialização”, explica.

Na Embrapa Mandioca e Fruticultura, o pesquisador é o responsável pelo Banco Ativo de Germoplasma de Citros, que mantém 647 acessos de citros, destacando-se mundialmente por sua localização tropical e que é a principal fonte de variabilidade genética para o programa de melhoramento de citros da Unidade. Ainda é o representante oficial da Embrapa na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Citricultura, vinculada ao Mapa.

Durante sua trajetória, Orlando Passos tem se dedicado especialmente ao pequeno produtor. “Não é a variedade, o porta-enxerto nem a produção integrada que vai resolver o problema do pequeno produtor. A associação ou propriamente a cooperativa é a entidade estratégica fundamental para que o pequeno possa se tornar grande, conjuntamente, não somente no plantio, mas na venda do seu produto”, afirma. “A desorganização dos produtores, o baixo padrão tecnológico utilizado na condução dos pomares e o uso de mudas de origem não certificada são os principais problemas do setor. É necessário que políticas públicas sejam disponibilizadas especialmente em benefício do pequeno agricultor, que representa mais de 80% da produção regional”.

1º/8/2013 Jornalista responsável: Léa Cunha (DRT-BA 1633) Embrapa Mandioca e Fruticultura Telefone: (75) 3312-8076 Fax: (75) 3312-8015 E-mail: lea.cunha@embrapa.br