- Quinta-Feira 28 de Março de 2024
  acesse abaixo +
   Editorial +


Safra nova, velhos problemas

10/06/2014

Por Flávio Viegas

Presidente da Associtrus

O processamento da safra 2014-15, em São Paulo, que se inicia oficialmente em 1º/6 já se iniciou sem que as indústrias indiquem os preços que serão praticados. A laranja foi mantida na PGPM, o que permite que o citricultor tenha acesso a diversas políticas governamentais, como os leilões de prêmio do preço mínimo, reajustados para R$ 11,45. Apenas alguns contratos foram feitos na faixa dos US$ 5, preço que, à cotação atual do dólar, ficaria abaixo do preço mínimo e do custo de produção. Existe ainda dúvida sobre o tamanho real da safra. A CitrusBR divulgou uma estimativa de 308,8 milhões de caixas de 40,8 kg, com previsão de processamento de 265 milhões de caixas e uma produção de suco de 973 mil t. O GCONCI estima a safra 2014-15 em 259 milhões de caixas, o que reduziria drasticamente a oferta de suco. Estima-se também que as exportações ficarão em 1108 mil t, abaixando em 135 mil t os estoques das indústrias brasileiras, que atingiriam 350 mil t em 30/6/2015. Este estoque, embora nominalmente suficiente para a transição entre as safras, poderá criar grandes dificuldades para as processadoras, pois grande parte do suco já está no exterior. Diante destes dados, a atitude das indústrias pretende pressionar os produtores a aceitarem preços muito abaixo do que os fundamentos deste mercado indicariam. A concentração das esmagadoras, a verticalização da produção, a divisão do mercado e dos fornecedores dão a elas um enorme poder de mercado que lhes tem permitido apropriar-se da renda dos citricultores nos últimos 20 anos. A laranja pera, que chegou a ser vendida a mais de R$ 20,00 é oferecida pela indústria ao mercado de fruta fresca a preços abaixo de R$ 8,00 por caixa posta no caminhão do comprador. Este preço não é remunerador e não se justifica diante da exiguidade da oferta. Assim, o mercado de fruta fresca, que muitas vezes é apontado como um mercado alternativo, é também controlado pelas processadoras. Simultaneamente, e o preço do suco de laranja na bolsa de NY sofreu uma queda brusca, levando-nos a suspeitar de manipulação do mercado. O resultado é a concentração das indústrias, o plantio de pomares próprios ou dos acionistas, executivos e alguns citricultores “amigos”. Os investimentos em logística, que aumentam a barreira de entrada aos concorrentes, vêm crescendo também. Nos próximos dias, um novo navio, o Orange Ocean da Cutrale vai carregar pela primeira vez em Santos e, no próximo mês, o Orange Blossom 2 deverá fazer sua viagem inaugural, desmentindo as insistentes informações de queda de demanda que têm sido usadas para justificar os baixos preços pagos aos produtores.

Mercado – Preço mínimo estipulado pelo governo é de R$ 11,45 para todo o país, mas indústrias pressionam produtores atrasando as negociações de compra. Poucos contratos foram feitos na faixa dos US$ 5, preço que, à cotação atual do dólar, ficaria abaixo do preço mínimo e do custo de produção.


<<Voltar << Anterior


Indique esta notícia
Seu nome:
Seu e-mail:
Nome Amigo:
E-mail Amigo:
 
  publicidade +
" target="_blank" rel="noopener noreferrer">
 

Associtrus - Todos os direitos reservados ©2023

Desenvolvido pela Williarts Internet
Acessos do dia: 1964
Total: 3.908.427
rajatoto rajatoto2 rajatoto3 rajatoto4 https://bakeryrahmat.com/ https://serverluarvip.com/ https://pn-kuningan.go.id/gacor898/ https://pn-bangko.go.id/sipp/pgsoft/ https://sejarah.undip.ac.id/lama/wp-content/uploads/