- Quinta-Feira 25 de Abril de 2024
  acesse abaixo +
   Notícias +


A relação entre tamanho e eficiência na citricultura

21/07/2016

Trabalho apresentado no Seminário da Faesp investiga a existência de economias de escala e os diferenciais de eficiência na produção de laranja no Estado de São Paulo

Por
Prof. Dr. Marcelo José Carrer


O trabalho teve como objetivos investigar a existência de economias de escala e os diferenciais de eficiência na produção de laranja no Estado de São Paulo. Para tal, foram coletados dados primários referentes ao ano safra 2013/14 junto a uma amostra aleatória representativa de 98 propriedades rurais. Os dados foram analisados por meio de modelos estatísticos/econométricos. Os principais resultados encontrados foram: - Existência de economias de escala significativas para níveis baixos/médios de produção (até 40 mil caixas). Isso significa que propriedades com esse nível de produção (até 40 mil caixas) podem reduzir o custo médio de produzir uma caixa de laranja aumentando a produção e utilizando melhor máquinas e funcionários que ficam ociosos para volumes baixos de produção. - Existência de deseconomias de escala para produção superior a 300 mil caixas de laranja. Ou seja, a partir desse volume de produção, o custo médio tende a aumentar conforme produz-se mais. Dentre as principais explicações para a existência de deseconomias de escala estão a complexidade gerencial das grandes propriedades e os altos custos de coordenação e monitoramento internos nessas propriedades. Nas grandes propriedades é bastante comum a existência de escritórios com um conjunto de funcionários alocados exclusivamente em tarefas gerenciais, o que, por sua vez, consome recursos financeiros consideráveis. Por exemplo, são muito mais difíceis e custosas as tarefas de monitoramento e coordenação interna em uma propriedade com mais de 20 funcionários e tratores alocados em diferentes funções do que em uma propriedade com um conjunto pequeno de máquinas e funcionários. - A escala de custo médio mínimo encontra-se entre 150.000 e 300.000 caixas. De acordo com os modelos estatísticos estimados, essa seria a faixa de produção em que as propriedades conseguem obter o menor custo médio possível. - Propriedades com economias ou deseconomias de escala podem melhorar seus resultados aumentando a eficiência operacional e de custo no processo produtivo. - Os índices de eficiência de custo estimados mostram que há espaço para ganhos de eficiência e que as propriedades mais eficientes da amostra são mais intensivas em capital (maior uso de horas máquina e menor uso de horas homem). - A ocorrência de problemas contratuais na venda de laranja aumentou as incertezas, gerou desconfiança e expectativas desfavoráveis nos citricultores. Nos modelos estatísticos estimados, constatou-se que produtores que tiveram problemas contratuais (recebimento de preço diferente do preço acordado, não recebimento do produto pela fábrica, atraso na colheita e/ou no recebimento do produto pela fábrica, renegociações de preço e/ou quantidade durante a safra) possuem índices de eficiência técnica e econômica inferiores àqueles produtores que não tiveram problemas para vender o produto nas safras 2011/12, 2012/13 e 2013/14. - O uso de ferramentas de tecnologia da informação aplicadas à gestão (planilhas de controle de custo, acesso à internet para acompanhar o mercado, registros de produção e produtividade por talhão, registros de incidência de pragas e doenças) tem efeito positivo sobre os indicadores de eficiência das propriedades. A assistência técnica também é determinante para aumentar a eficiência produtiva das propriedades rurais. - Mesmo propriedades com alto nível de eficiência registraram prejuízo durante o período da análise. Isso se dá pois o custo operacional (considerando-se apenas gastos com mão de obra, defensivos e fertilizantes, óleo diesel, energia elétrica e outras despesas de custeio) médio mínimo estimado foi de R$10,17 por caixa de laranja. Aqui, há três pontos fundamentais que devem ser mencionados: (i) esse custo operacional é o mínimo estimado. Ou seja, pressupõe produção na escala ótima com máxima eficiência produtiva. (ii) Não estão considerados os custos de formação de pomar, colheita e frete. Se somados esses custos, certamente teremos um custo médio mínimo na faixa de R$14-15. (iii) O preço médio recebido pelos produtores da amostra foi de R$ 8,60/caixa nas vendas para a indústria e R$ 10,30/caixa nas vendas para os outros canais de comercialização. Logo, percebe-se a dificuldade que encontraram para cobrir os gastos operacionais de safra. - É fundamental que a citricultura e suas entidades representativas consigam construir consenso em torno de um modelo de precificação da caixa de laranja. Um modelo regulado por terceira parte (CADE) é fundamental para criar poder compensatório e reduzir a assimetria de poder de barganha existente nessa cadeia produtiva.


<<Voltar << Anterior


Indique esta notícia
Seu nome:
Seu e-mail:
Nome Amigo:
E-mail Amigo:
 
  publicidade +
" target="_blank" rel="noopener noreferrer">
 

Associtrus - Todos os direitos reservados ©2023

Desenvolvido pela Williarts Internet
Acessos do dia: 540
Total: 3.922.109
rajatoto rajatoto2 rajatoto3 rajatoto4 https://bakeryrahmat.com/ https://serverluarvip.com/ https://pn-kuningan.go.id/gacor898/ https://pn-bangko.go.id/sipp/pgsoft/ https://sejarah.undip.ac.id/lama/wp-content/uploads/