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Preço da laranja leva clima de ‘guerra’ ao setor

12/12/2016

Desconfiança entre produtores e indústria aumentou após empresas admitirem no Cade a formação de cartel no passado.

Gustavo Porto,
O Estado de S.Paulo

10 Dezembro 2016 | 05h00

SÃO PAULO - Os preços do suco de laranja no mercado internacional e da fruta adquirida pelas processadoras no Brasil, maior produtor mundial da bebida, batem seguidos recordes desde julho, início da safra 2016/2017. O cenário raro para o setor, no entanto, não arrefeceu o clima bélico entre indústria e produtores. A relação voltou a azedar após as indústrias admitirem ter formado cartel para a compra de laranja no passado e firmarem, em 23 de novembro, um acordo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo qual pagarão R$ 301 milhões para encerrar o processo mais longo do órgão antitruste.

Segundo dados compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) e obtidos pelo Broadcast Agro, sistema de notícias do agronegócio em tempo real do Grupo Estado, o valor da tonelada equivalente em suco concentrado e congelado (FCOJ) no mercado internacional chegou a US$ 2.447 entre julho e novembro, os primeiros cinco meses da safra 2016/2017, e a um pico de US$ 2.747 no mês passado. O valor, obtido pela conversão da bebida negociada na Bolsa de Nova York, exclui a taxação de US$ 415/tonelada cobrada pelo mercado americano e tarifas antidumping.

O preço médio na safra é 69,2% superior ao de igual período de 2015/2016, quando a tonelada de FCOJ era negociada, em média, a US$ 1.446,40 e ainda 15,1% maior que os US$ 2.126/tonelada dos cinco primeiros meses de 2006/2007, a melhor safra até então. Além disso, os valores médios da tonelada de suco exportada batem seguidos recordes desde setembro e superam os US$ 2.432/t, de dezembro de 2006, pico histórico de preços até então.

De acordo com o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, os valores apurados na Bolsa de Nova York são vistos também no mercado físico da bebida e refletem a atual situação do setor, de uma oferta apertada de fruta no mercado brasileiro e de estoques da bebida em queda no mundo. A previsão é que os estoques globais estejam praticamente zerados na passagem para a próxima safra.

Oferta restrita. Dados da CitrusBR apontam que os estoques globais de suco de laranja da indústria brasileira devem encerrar a safra 2016/2017 nos menores níveis da história. Apenas 2.066 toneladas da bebida deverão estar guardadas pelas companhias brasileiras entre o fim do atual período e o início da safra 2017/2018, em 1.º de julho do próximo ano, uma queda de 99,4% sobre um total de 351.567 t do começo do atual período. “É absolutamente normal que o mercado esteja se comportando desse jeito, diante da oferta de fruta mais restrita em quase 30 anos, uma demanda maior pelo suco do que a oferta”, disse. “É muito interessante que isso ocorra agora, pouco tempo depois de situação inversa, o que só comprova que o mercado obedece à oferta e demanda”, completou Netto, rebatendo as críticas de produtores, que acusam as indústrias de ainda controlarem o mercado de compra da fruta.

Apesar de a CitrusBR ser mantida por três empresas que assinaram o acordo no Cade – Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Company (LDC) –, o diretor da entidade não comenta o processo que trouxe de volta a tensão ao setor. Netto explica que a CitrusBR foi fundada em 2009, dez anos após o início do processo no órgão federal. A entidade institucional anterior, a extinta Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), contribuiu com apenas R$ 600 mil na multa total das empresas.

Além da redução nos estoques de suco, a safra de laranja no parque comercial citrícola de São Paulo e Minas deve ser de 249,04 milhões de caixas (de 40,8 kg), queda de 17,16% ante os 300,65 milhões de caixas em 2015/2016. Os dados, da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) coordenada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), apontam que a safra deverá ser a menor desde a 1990/1991, de 247 milhões de caixas. Uma nova estimativa será divulgada na segunda-feira e não deve apontar variações na oferta da fruta, já que, apesar de a safra continuar oficialmente até junho de 2017, a colheita segue até janeiro.


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