Publicado em 08.06.17 - 15h45

Ribeirão Preto, 08 – O diretor de Operações da Plataforma de Citros da Louis Dreyfus Company (LDC), Jorge Costa, responsável pela área agrícola, industrial e logística do braço citrícola da companhia, afirmou nesta quinta-feira, 8, em depoimento à CPI da Cartelização da Citricultura, que desconhece a prática de cartel no setor. Costa participou da sessão, na Assembleia Legislativa de São Paulo, no lugar de Murilo Parada, CEO da LDC no País, convocado inicialmente pela CPI, e foi o primeiro a prestar esclarecimentos hoje.

“Até onde eu tenho conhecimento, não existe cartel de laranja, mas uma livre concorrência, pois a precificação é feita pelo mercado (…). Não acredito que tenha havido cartel, não é essa a dinâmica do setor”, disse o executivo. Ele, no entanto, evitou falar sobre o acordo firmado pelas indústrias processadoras de suco em novembro do ano passado, junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo qual as companhias aceitaram pagar R$ 301 milhões e assumir a prática de cartel para a compra da fruta. O mais longo processo do órgão antitruste foi iniciado em 1999 e Costa disse que trabalha na LDC desde 2011.

Sobre esse acordo com o Cade, o executivo afirmou que não poderia comentar, já que é um segredo de Justiça, apesar de detalhes terem sido divulgados pelo próprio órgão, entre eles o valor da multa que coube à companhia, de R$ 45,138 milhões. “Esse acordo é segredo de Justiça, não é de negócio. Se fosse segredo de negócio, eu saberia”, afirmou Costa para justificar o desconhecimento sobre os detalhes do processo no Cade.

Ele se negou a fornecer informações comerciais da LDC e disse que, se a companhia for oficiada pela CPI, “as (informações) possíveis de serem entregues serão entregues”. Costa sofreu críticas do deputado Barros Munhoz (PSDB-SP), vice-presidente da CPI. “É totalmente inverossímil que não sabe se houve multa do Cade à empresa e se houve um valor. Se vocês estão pensando que vão vir aqui, falar e vai ficar por isso mesmo, não vão”, afirmou. “Solicito que se oficialize também se a companhia sabe o resultado do jogo Brasil e Alemanha na Copa de 2014”, ironizou o parlamentar.

Fonte: istoe.com.br