12/12/2006
11:41 CITROS: PRODUTOR ABANDONA CONTRATO; VENDA SPOT A AT? R$ 15/CAIXA Ribeir?o Preto, 11 - Citricultores paulistas se recusam a renovar contratos com a ind?stria e apostam na venda da laranja no mercado spot para entregar a fruta nas processadoras em 2007. De acordo com produtores, o mercado sem contrato registrou neg?cios superiores a R$ 15 a caixa, em torno de US$ 7, o dobro do valor negociado na maioria dos contratos com a ind?stria. O Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada (Cepea/USP), aponta que nos primeiros sete dias de dezembro, o valor m?dio da caixa no mercado spot ficou em R$ 13,64, o maior n?vel em termos nominais desde o in?cio do levantamento feito pela entidade de pesquisa, em 1994. A disparada no pre?o da fruta no mercado spot ? uma soma de v?rios fatores: al?m do pre?o, a ind?stria tem alta demanda pela laranja em decorr?ncia da falta de estoques e da necessidade de cumprir os contratos de exporta??o do suco. Paralelamente, segundo o Cepea/USP, a Fl?rida, segundo maior produtor mundial de laranja, foi a principal respons?vel pela diminui??o da oferta por ter sofrido com adversidades clim?ticas, problemas fitossanit?rios nos pomares, desenvolvimento urbano e a diminui??o de investimentos na citricultura. Entre os produtores que n?o renovaram os contratos de fornecimento de fruta est? o pr?prio presidente da Associa??o Brasileira de Citricultores (Associtrus), Fl?vio Viegas, que recebia U$ 3,70 por caixa no contrato antigo e desistiu de renegociar com a ind?stria por cerca de US$ 5/caixa. "Se as condi?es s?o favor?veis para a ind?stria, com pre?os baixos, ela faz valer o contrato; caso contr?rio, ela coloca algum empecilho para n?o cumpri-lo", disse Viegas. "Eu at? tentei renegociar o meu contrato, mas a ind?stria quis impor um anexo que tratava sobre a qualidade de fruta que era um destrato", completou. O presidente da Associtrus concorda que a op??o pelo mercado spot ? um retrocesso dentro da cadeia citr?cola, que tentou substituir os contratos por uma f?rmula complexa que determinasse o valor pago ao produtor nos moldes do que ocorre no setor sucroalcooleiro, onde Conselho dos Produtores de Cana-de-a?car, A?car e ?lcool do Estado de S?o Paulo (Consecana) calcula o pre?o mensalmente. Se no mercado spot da fruta o pre?o ? recorde, no mercado internacional do suco de laranja a situa??o n?o ? diferente. Os contratos no primeiro vencimento, em janeiro, j? beiram os 210 cents por libra-peso, ou mais de US$ 3 mil a tonelada, recorde em 30 anos. (Gustavo Porto)