30/03/2007
O volume de produ??o nas lavouras de laranja fechou o ano passado em 442,4 milh?es de caixas. Em 2005, foram produzidas 437,8 milh?es, de acordo a Confedera??o Nacional da Agricultura (CNA). O peso dos n?meros da commoditie impressiona e passa a impress?o que os produtores v?o muito bem, obrigado. No entanto, a vertiginosa produtividade n?o tem ajudado os produtores focados no mercado externo a cobrir os custos de produ??o. Empres?rio do setor, Roberto Dragone comenta que a sa?da que muitos produtores t?m escolhido ? arrendar terras para o plantio de culturas de gr?os (soja) e, principalmente, cana-de-a?car. Alguns decidem migrar para outras culturas agr?colas. Neste cen?rio, Dragone se orgulha de atuar apenas no mercado interno e conseguir manter-se no ramo de laranja. Esse quadro adverso n?o ? uma exclusividade dos produtores de laranja. A agropecu?ria no geral passa por um cen?rio de contrastes. ? not?rio o desequil?brio econ?mico do setor. Pelo menos ? o que mostra uma pesquisa divulgada pelo Centro de Estudo Avan?ados em Economia Aplicada (Cepea/USP), de Piracicaba. O ?rg?o analisou o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) do Agroneg?cio, que fechou em R$ 540 bilh?es em 2006 - R$ 2,43 bilh?es a mais do que em 2005. Um ganho expressivo, apesar da vis?vel desarmonia. Foi o segmento industrial da agropecu?ria salvou o PIB do campo de um resultado p?fio. Decl?nio De acordo com a pesquisa, no geral todos os produtos da lavoura experimentaram aumento do plantio - exceto algod?o, mamona, trigo, cacau -, principalmente a cultura da cana-de-a?car. O estudo cita, por?m, que os pre?os reais da agropecu?ria "ca?ram fortemente" entre 2005 e 2006. As culturais locais, como milho e caf?, n?o apresentaram decr?scimo, mas tiveram uma eleva??o t?mida. Ao se basear na evolu??o da quantidade produzida, dos pre?os reais e do valor real da produ??o da laranja, o Cepea observou uma baixa rentabilidade dos produtores. O engenheiro agr?nomo Giberto Tozatti explica que o excesso de produ??o de laranja no Estado de S?o Paulo, somado ? produ??o da Fl?rida (EUA), provocou uma queda acentuada de pre?os no mercado mundial nos ?ltimos anos. Al?m disso, diz ele, os produtores podem vender apenas para quatro ind?strias, que determinam o pre?o que querem pagar pelas caixas de laranja. O produtor Dragone comenta que o atual per?odo ? de entressafra, o que faz o pre?o da commoditie subir. "O pre?o da laranja sempre foi pautado pela lei da oferta e da procura. Quanto mais oferta, menor o pre?o. Acredito que em 2007 a laranja deva reagir em fun??o das pragas que v?m atacando as lavouras. Outro fator tamb?m ? o baixo pre?o pago pelas ind?strias, o que vem fazendo com que os produtores arrendem terras para outras planta?es", observa. Cartel Tozatti chama aten??o para o problema cambial. "Embora os pre?os sejam negociados em d?lar, o real est? muito forte em rela??o ? moeda americana. Por isso, n?o reflete no bolso do produtor", argumenta. O engenheiro agr?nomo - que ? membro do Grupo de Consultores em Citrus (Gconci) - comenta que alguns produtores t?m buscado sa?da para driblar o oligop?lio. Um dos caminhos ? produ??o de frutas para exporta??o e para o consumo interno, explorando outros nichos de mercado. "Mas isso n?o basta. ? preciso haver uma composi??o entre a associa??o de produtores e as ind?strias para reajustar o pre?o da caixa de laranja", sugere. Autor: Jornal de Limeira Cr?dito: 30.03.07