23/01/2008FONTE: Carlos Cogo Consultoria Agroecon?mica
O pre?o da laranja est? em alta com baixa oferta no mercado interno. Na ?ltima semana, a baixa oferta de laranja, em decorr?ncia da entressafra, impulsionou os pre?os da fruta in natura no estado de S?o Paulo. Na media do per?odo, a laranja natal foi comercializada a R$ 13,06 por caixa de 40,8 quilos, na ?rvore, uma alta de 5% sobre a m?dia da semana anterior. Para a laranja val?ncia, a m?dia foi de R$ 13,06 por caixa de 40,8 quilos, uma valoriza??o de 4% no mesmo per?odo. Parte das frutas est? passando do ponto (ficando muito maduras) e as vendas no mercado dom?stico est?o aquecidas apenas para as laranjas de melhor qualidade.
A exporta??o brasileira de suco de laranja atingiu 1,4 milh?o t em 2007. A receita da ind?stria processadora e exportadora de suco de laranja brasileira cresceu 56,6% em 2007 sobre 2006, enquanto que o produtor da fruta deve faturar 4% a mais no per?odo, segundo estimativas, respectivamente, da Associa??o Brasileira dos Exportadores de C?tricos (Abecitrus) e do Centro de Estudos Avan?ados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). Segundo a Abecitrus, as exporta?es da ind?stria processadora - 98% do total de suco de laranja produzido no Pa?s - devem movimentar US$ 2,3 bilh?es no fechamento de 2007, contra US$ 1,46 bilh?o em 2006. De acordo com o Cepea, a receita bruta com a laranja comercializada pelo produtor de S?o Paulo deve atingir R$ 3,4 bilh?es em 2007, conta R$ 3,2 bilh?es em 2006. A estimativa da Abecitrus deve ser ratificada com a divulga??o dos n?meros da receita das exporta?es de dezembro pela Secretaria de Com?rcio Exterior (Secex) em meados deste m?s. Mas a m?dia das exporta?es nos ?ltimos 12 meses at? novembro confirma a previs?o da associa??o. A entidade atribui a eleva??o no faturamento ? consolida??o, no ano passado, do aumento do pre?o internacional da bebida ap?s a queda da produ??o nos Estados Unidos. O volume exportado de suco concentrado e congelado subiu 7,7%, de 1,3 milh?o de toneladas em 2006 para 1,4 milh?o de toneladas em 2007.
Apesar de praticamente toda a safra de laranja 2007/2008 ter sido colhida, a estimativa do Cepea ? ainda preliminar, j? que alguns produtores ainda negociavam com a ind?stria e outros t?m parte do pagamento atrelada ao mercado internacional de suco. Um balan?o final s? poder? ser realizado no fechamento do ano-safra, em junho de 2008. Para chegar aos R$ 3,4 bilh?es do valor, o Cepea considerou o pre?o m?dio recebido pelo segmento prim?rio pelas vendas ? ind?stria (contrato e spot) e tamb?m ao mercado dom?stico. O crescimento em receita deve-se ao pre?o m?dio recebidos pelos citricultores das processadoras paulistas por meio de contratos. A valoriza??o m?dia do contrato foi em torno de 7% em moeda nacional e de 25% em d?lares. Segundo o Cepea, apesar de a receita bruta em moeda nacional ser maior que a observada na temporada passada, a distribui??o n?o foi uniforme entre os citricultores, pois houve grande diferen?a entre os valores m?nimos e m?ximos dos contratos feitos com a ind?stria, que ? a principal modalidade de neg?cio.
Na safra 2007/2008, o intervalo de pre?os variou entre US$ 3,00 e US$ 7,50 por caixa de 40,8 quilos. Mesmo para os novos contratos, negociados em 2007, a varia??o foi elevada, de R$ 8,00 a R$ 13,00 por caixa de 40,8 quilos, posto ind?stria. A diferen?a ? associada principalmente ao per?odo de negocia??o dos contratos. Quanto ao pre?o m?dio recebido pelos citricultores no mercado dom?stico de junho ao final de dezembro, os valores foram similares aos da safra passada, considerando as variedades p?ra e val?ncia no c?lculo, em torno de R$ 11,00 por caixa de 40,8 quilos. A m?dia simples do valor dos contratos com as ind?strias n?o fica exatamente correlata ?s receitas geradas, em fun??o da dispers?o dos valores, mas serve apenas como aproxima??o do valor gerado com a venda ? ind?stria via contrato. J? em rela??o aos neg?cios no mercado spot, tanto com a ind?stria quanto para o mercado in natura, a dispers?o dos valores ? menor, e a m?dia obtida em pesquisas di?rias do Cepea, portanto, ? mais representativa do montante gerado nessa modalidade de venda. O presidente da Associa??o Brasileira dos Citricultores (Associtrus), Fl?vio Viegas, afirmou que o aumento do faturamento da ind?stria ? fruto da press?o para que as empresas registrassem os valores no Porto de Santos os pre?os de exporta??o pr?ximos aos comercializados na Europa. A Associtrus pressionou as autoridades, como diversos ministros, para que cobrassem das ind?strias um registro de pre?o real, o que aconteceu, aparentemente, segundo ele. A entidade sempre fez duras cr?ticas ao tr?nsito do suco de laranja brasileiro exportado por para?sos fiscais antes de se chegar ao destino final. Viegas contestou ainda o valor de R$ 11,00 por caixa de 40,8 quilos da fruta no mercado dom?stico apontado pelo Cepea, pois, segundo ele, n?o refletiria o faturamento real do produtor.
A safra brasileira 2008/2009 pode ser reduzida, em fun??o da estiagem prolongada no parque citr?cola que resultou inclusive em mudan?a no calend?rio das floradas. A safra paulista 2008/2009, que come?a a ser colhida em maio, poder? ser reduzida. A estiagem entre agosto e outubro pode ter comprometido o desenvolvimento de 30% a 40% da produ??o de variedades precoces, colhidas no primeiro semestre de 2008. Nesse contexto, a proje??o ? de um volume abaixo do atual potencial citr?cola paulista, entre 360 e 380 milh?es de caixas. Por conta da previs?o de menor oferta das precoces, o volume de laranja dispon?vel de mar?o a julho de 2008 poder? ter uma forte queda. A expectativa ? que os pre?os da fruta posta na ind?stria nesse per?odo sejam t?o altos quanto os observados em 2007 quando a ind?stria, diante dos baixos estoques de suco, elevou a demanda por fruta.
