Representantes das quatro entidades que convocaram a greve disseram que o protesto continuar? enquanto o governo n?o reduzir as altas tribut?rias, e por isso se manter? "por tempo indeterminado".

Os produtores paralisaram suas atividades em 13 de mar?o, e nos ?ltimos dias come?aram a bloquear as principais estradas do pa?s, provocando a falta de produtos b?sicos em algumas cidades.

Poucas horas antes do an?ncio da continuidade da greve, o governo disse que n?o negociar? com o setor agropecu?rio enquanto a greve se mantiver.

"Este protesto vai deixar os argentinos sem alimentos, indo contra a vontade de uma sociedade que quer mudar", declarou o chefe do gabinete de ministros, Alberto Fern?ndez, em declara?es ? Radio Mitre.

"Vamos continuar (com a greve) at? que seja necess?rio", afirmou Eduardo Buzzi, presidente da Federa??o Agr?ria Argentina (FAA).

Buzzi afirmou que a greve s? ter? fim "caso se volte atr?s com o aumento dos impostos" ? exporta??o de produtos agropecu?rios.

Antes, o dirigente da Sociedade Rural Argentina, Luciano Miguens, pediu para o governo "iniciar o di?logo" com o setor e ressaltou a conveni?ncia de recorrer a "mediadores" como governadores das prov?ncias ou a Igreja Cat?lica.

Bloqueios

Nas estradas, a situa??o se tornou tensa desde domingo, quando o sindicato de caminhoneiros mobilizou seus membros para v?rios cruzamentos com o prop?sito de impedir os bloqueios.

Os produtores agropecu?rios, por?m, mant?m as obstru?es de tr?nsito nas Prov?ncias que concentram a maior produ??o de gr?os e outros alimentos.

Enquanto isso, nas cidades alguns alimentos come?am a escassear e hoje nenhum peda?o de carne foi recebido no Mercado de Fazenda de Buenos Aires, o maior do pa?s e no qual na semana passada foram comercializados apenas 318 animais.

A greve foi convocada em rejei??o ao aumento de impostos ? exporta??o de gr?os e ? pol?tica agropecu?ria do governo, por quatro grupos que re?nem em torno de 290 mil produtores agr?rios.

As medidas anunciadas h? duas semanas pelo Executivo implicam em um forte aumento nos impostos ?s exporta?es de soja e girassol e uma leve baixa nos de trigo e milho, dentro de um sistema que ajustar? a press?o fiscal com base na varia??o dos pre?os internacionais dos gr?os.

Novo sistema

O novo sistema tribut?rio ? "um confisco" adicional de cerca de US$ 2,5 bilh?es anuais, segundo as associa?es agropecu?rias.

Os representantes do setor afirmam que suportam uma "forte distor??o" dos custos de produ??o e que a nova pol?tica fiscal dever? supor o pagamento de impostos de cerca de US$ 10,5 bilh?es anuais sem que haja maiores lucros pelos subs?dios que o Executivo concede.

Com as sucessivas altas dos impostos ? exporta??o de mat?rias-primas, entre elas os produtos agr?colas, o Fisco argentino "arrecadou nos ?ltimos cinco meses" o equivalente a US$ 6 bilh?es, segundo um relat?rio da empresa de consultoria Ecolatina.

Este aumento da arrecada??o tribut?ria equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e permite elevar o super?vit do Tesouro antes do pagamento de d?vidas a 4 pontos percentuais do PIB, aponta o estudo.

Segundo a Ecolatina, o gasto p?blico "moderou levemente sua expans?o" no primeiro bimestre do ano, confirmando-se assim que "a estrat?gia para refor?ar as contas fiscais consiste em elevar a press?o tribut?ria captando a renda adicional gerada pelo boom dos pre?os internacionais das mat?rias-primas".

Em virtude da greve, "j? acontece o desabastecimento de carne, latic?nios e p?o em muitos lugares do pa?s", disse a presidente da Liga de Donas de Casa, Consumidores e Usu?rios, Irma Muslera, destacando que as den?ncias recebidas pela entidade "prov?m sobretudo dos setores mais necessitados".

Fonte:  Efe, em Buenos Aires