Iludidos pela promessa de fazendeiros de ganhar em euros, eles acabam em abrigos sem ?gua ou luz infestados de ratos

Jamil Chade

em carros abandonados.

?Parece que somos invis?veis. N?o h? ningu?m que pare?a se importar?, afirmou Hamid, do Sud?o, que vive em um outro galp?o abandonado,vizinho da Prefeitura de Rosarno. Enquanto falava e mostrava sua cama, ratos comiam tranq?ilamente a poucos metros.

M?FIA

A viol?ncia ? outro problema que esses imigrantes enfrentam - e a pol?cia n?o ? a solu??o. ?Aqui a pol?cia ? a mesmo coisa que a m?fia?, resume Abkarim, mais um marroquino. Ele conta que, um dia, um grupo de jovens italianos invadiu o local onde ele dormia com outros imigrantes, bateu em todos e roubou o pouco dinheiro que tinham. Os que foram se queixar ? pol?cia acabaram detidos por n?o ter visto e foram deportados.

?Decidi que vou voltar para Marraquesh. L? ao menos sou tratado como gente?, afirma Abkarim, que era motorista de ?nibus de turismo em sua cidade.

A maioria, por?m, n?o tem como fazer o percurso de volta por causa da guerra no pa?s de origem ou simplesmente por n?o ter dinheiro. Omar, da Costa do Marfim, diz que tentou a sorte na It?lia para fugir do conflito em seu pa?s. ?Aqui pelo menos n?o h? guerra?, afirma. ?Agora que estou aqui, a solu??o ? viver para superar tudo isso.?

Outros n?o voltam por orgulho, j? que o retorno seria um sinal de que fracassaram. N?o por acaso, em uma das picha?es nas paredes da ?f?brica? pode-se ler: ?Life is War? (?A Vida ? uma Guerra?).