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Rememorando – A venda da Cargill

31 de maio | 2010

Revista Época, em 20 de junho de 2005

A Associtrus vem afirmando que a operação de venda da Cargill não pode ser analisada, sem que os seus principais dirigentes se prontifiquem a comparecer a uma Audiência Pública para esclarecer os graves erros e omissões apresentadas nos documentos que estão sendo utilizados pelo CADE, como base para a análise da compra da Cargill.

O presidente da Citrosuco, Sr.Norberto Farina, confirmou que a compra das empresas foi feita em conjunto e não separadamente como foi relatado. O fato de que as outras concorrentes não se opuseram à operação e à divisão dos fornecedores entre os 4 C´s é indicativo de que não se trata de uma simples operação de concentração e sim de mais uma operação de remoção de um concorrente, feita em comum acordo pelas empresas que está , novamente, sendo investigadas por atuação de forma cartelizada.

A venda não se limitou aos ativos da Cargill, mas envolveu a transferência das operações da Cargill Citrus no Brasil, com todo seu acervo técnico, comercial e logístico, bem como sua base de fornecedores, seu “market share”, etc. para os seus concorrentes.

Nos documentos apresentados pelos compradores não havia informações sobre o destino do navio graneleiro Bebedouro e demais componentes do sistema de distribuição a granel de suco de laranja da Cargill.

Um estudo feito pelo consultor André Valio, da Valio Inteligência Competitiva, confirma essa constatação ao demonstrar, baseado em levantamentos, a redistribuição dos contratos após a venda da Cargill.

Estes números demonstram que dos 13.244 produtores existentes num raio de 100 km em torno das fábricas da Cargill, onde se concentram mais de 50% dos pés produtivos , 863, que correspondem a 3.909 mil plantas, “desapareceram” e que os demais foram redistribuídos entre as empresas.

Essas informações alteram de forma incontestável os dados usados pelo SEAE na análise do processo e recomendam uma maior cautela na análise do caso.

Transcrição da matéria publicada na Revista Época de 20/6/2005

O sabor da laranja

Tudo deu certo para os dois principais produtores de suco de laranja do mundo. O ano comercial do setor que acaba em junho, chegará ao fim como preço internacional do suco congelado 25% acima do valor do ano passado, a U$ 1.000 por tonelada.

Para Citrosuco e Cutrale, duas empresas familiares de capital nacional, é o sinal de que sua aposta deu certo.
Em vez de se chocar na disputa pelo mercado, como fizeram no início da década, as duas empresas compraram juntas a operação do grupo Cargill no setor, e repartiram plantações e fábricas de processamento entre si.

A compra fez a diferença. A produção brasileira neste ano comercial caiu – o que contribui para elevar o preço internacional, uma vez que o Estado de São Paulo e a Flórida produzem quase 90% de todo o suco do mundo. Mas os dois líderes cresceram, graças aos ativos que incorporaram do antigo concorrente. Norberto Farina, do grupo Fischer (dono da Citrosuco), e José Luis Cutrale, de seu concorrente, correram o risco de ter a operação julgadas pelas autoridades da área de concorrência e do Direito econômico. Até agora colecionam vitórias. Conseguiram que a compra fosse aprovada na Secretaria Especial de Acompanhamento Econômico e tiveram arquivada uma investigação contra o setor por formação de cartel.

Juntas, as empresas concentram exatos 65% das exportações brasileiras de suco edisputam a liderança palmo a palmo. A próxima safra começa a ser plantada agora.”

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