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Após quatro meses, Cutrale assina acordo com citricultores
20 de dezembro | 2006
Ribeirão Preto, 19 – Quatro meses após citricultores e a indústria processadora de suco de laranja fecharem acordo que prevê o pagamento de piso de US$ 4 por caixa e de um bônus sobre os preços nos contratos de fornecimento da fruta para a safra 2006/2007, a Cutrale e a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) vão ratificá-lo.
A assinatura do acordo entre a maior processadora de suco do mundo e os produtores ocorre amanhã, às 11h30, na sede da Faesp, em São Paulo, justamente na semana em que as primeiras processadoras começam a encerrar a safra por falta de laranja para colher. O acerto é apenas um balizador de preços mínimos e não obriga produtores a segui-lo na renegociação dos contratos.
Negociado desde maio entre produtores e a indústria, o acordo foi fechado em 4 de agosto deste ano, quando a safra de laranja estava no pico da colheita e prevê o pagamento de um valor adicional sobre o preço fechado em contrato para caixa (40,8 kg), depois da passagem do furacão Wilma, em outubro de 2005, na Flórida, Estados Unidos.
O furacão, entre outros fatores, fez os preços do suco de laranja concentrado e congelado negociados no mercado futuro dispararem na New York Board of Trade (NYBOT). As cotações na bolsa norte-americana saíram do patamar de US$ 800 para US$ 2.000 a tonelada à época do fechamento do acordo e hoje beiram os US$ 3.000 a tonelada.
Além de definir os preços mínimos, o acordo prevê bônus que variam de 20 centavos a 4 centavos de dólar por caixa para cinco faixas de preços pagos nos contratos vigentes nesta safra entre US$ 4,01 e US$ 4,50. A Cutrale não informou se irá fazer o pagamento retroativo aos produtores que adotarem o acordo, mas isso deve ocorrer, já que praticamente não há mais fruta a ser colhida.
A indústria informou ainda que chegou a consultar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a legalidade do acordo e foi informado só recentemente, pela presidente da entidade, Elisabeth Farina, de que é possível a assinatura, desde que seja feita individualmente pelas empresas.
Para calcular o valor do prêmio a ser pago sobre os contratos, foi criada uma fórmula que leva em conta a cotação do suco negociado no mercado futuro de Nova York, a taxa do dólar antes da passagem do furacão (US$ 1,38) e o rendimento de 240 caixas de laranja para cada tonelada de suco produzida.
Quando os bônus forem superiores a 20 centavos por caixa, ficará valendo o resultado final da fórmula. Pelos cálculos da indústria feitos à época, este prêmio poderá chegar a US$ 1,50 nos casos de contratos fechados com valores mais baixos, como por exemplo, a US$ 2,50 por caixa.
Desde então, o cenário de escassez da fruta e as perspectivas favoráveis aos produtores para 2007/2008 mudaram o cenário. Muitos citricultores estão optando por não renovar contrato vencido este ano e por vender a furta no mercado spot, que chegou a pagar mais de US$ 7 a caixa no final desta safra. Já um grupo produtor de Bebedouro (SP) conseguiu fechar um contrato por US$ 6,05 a caixa com uma grande processadora a maioria dos novos acordo de renovação sai por US$ 4,50 e US$ 5 a caixa.
Crédito – Agestado