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Associtrus aceita abono de US$ 1,20 por caixa de 40,8 kg

19 de julho | 2006

Ao se retirar das negociações, associação volta suas atenções para o futuro, por considerar que a citricultura envolve questões muito mais complexas que um reajuste emergencial de contratos

O abono de US$ 1,20 para todos os contratos cujo valor da caixa de 40,8 kg em contrato tenha sido fixado em até US$ 4,30 foi aceito pela Associtrus, apesar da associação não ter participado da reunião desta terça-feira (18), em São Paulo. “Nossas propostas foram descartadas, por isso decidimos nos retirar das negociações e aguardar pelos resultados. Sempre defendemos que o produtor recebesse, pelo menos, o valor do custo de produção que, em São Paulo, é de R$ 15 por caixa e de que o Consecitrus fosse implantado como forma de equilibrar a cadeia citrícola”, diz o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.

No encontro, o décimo quinto desde o início das negociações, citricultores e indústria processadora criaram uma comissão com representantes da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), da Sociedade Rural Brasileira e da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).

A missão desse grupo será levar às indústrias (Coimbra, Cutrale, Citrovita e Citrosuco) a proposta da Faesp, que pede abono de US$ 1,20 para todos os contratos fixados em até US$ 4,30. Para os contratos entre US$ 4,30 e US$ 5,50 por caixa, o pagamento do abono será proporcional ao teto do intervalo. Acima de US$ 5,50 o produtor não terá direito a receber o prêmio. A negociação exclui produtores que não cumpriram seus contratos, vendendo a parte da safra 2006/07 para outras indústrias. “A proposta inicial da Faesp de fixação do câmbio em R$ 2,80 e reembolso pela colheita e o frete também foi rejeitada. Esperamos que esta segunda alternativa, de reajuste de US$ 1,20 seja aceita e beneficie o quanto antes o citricultor”, observa Viegas.

A preocupação da Associtrus neste momento está no futuro das negociações. “Sabemos que as negociações envolvem questões muito mais complexas do que um reajuste emergencial de contratos. Não queremos ver o produtor prejudicado na próxima safra em função da falta de planejamento para as próximas safras”, diz Viegas.

A Associtrus continuará seu trabalho em favor da adoção do Consecitrus, modelo semelhante ao Consecana, mas com particularidades do setor citrícola, incluindo assim o frete e colheita por conta das indústrias; remuneração da caixa de laranja compatível com os seus custos de produção, investimentos e riscos; e alteração nos estatutos do Fundecitrus.