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Associtrus orienta citricultores em Bebedouro
09 de agosto | 2006
Informações sobre os posicionamentos da associação e o acordo fechado na última sexta-feira entre Faesp e indústria constaram da pauta
A Associtrus e a Amcisp (Associação dos Municípios Citrícolas do Estado de São Paulo) reuniu produtores nesta terça-feira (8), em Bebedouro, com o objetivo de orientá-los quanto ao fechamento de contratos com a indústria de suco, principalmente depois do acordo fechado na última sexta-feira (4) entre Faesp e processadoras.
O presidente da Amcisp, Kal Machado, expôs dados atuais da cadeia citrícola brasileira e propôs a criação de cooperativas como alternativa para os produtores. “Temos dezenas de fábricas fechadas. Precisamos nos unir em cooperativas capazes de reabrir essas unidades fabris e fazer com que nossa remuneração volte a ser digna. A união é fundamental para que nossas reivindicações sejam atendidas”, frisou Kal Machado.
O deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame lembrou da arrogância das indústrias que, durante as negociações, deixaram de comparecer a audiências agendadas pelo governo, em Brasília. “Eles estão acima da lei. O governo, infelizmente, nos usou para arrumar um pretexto para ajudar as indústrias”, lamentou Thame ressaltando que “a briga é longa e ela não acabou, por isso, precisamos nos manter unidos em prol do restabelecimento da harmonia na cadeia citrícola e de uma remuneração justa para o setor produtivo”.
A Associtrus entrou com dois mandatos de segurança para que os documentos apreendidos na Operação Fanta não sejam devolvidos para as indústrias e para que o TCC (Termo de Cessação de Conduta), proposto pelo Cade, não seja assinado. “Nosso trabalho continua. Não podemos aceitar que o governo, através de suas manobras, faça acordos ilegais em benefício das indústrias. Queremos que os documentos apreendidos sejam analisados e que o produtor seja reembolsado pelos mais de 15 anos de cartel no setor. A indústria deixou de repassar cerca de US$ 6 bilhões aos produtores durante todos esses anos. Uma multa de R$ 100 milhões é irrisória ainda mais quando pensamos que 85% deste valor poderá ser revertido para o Fundecitrus, que é gerido pela própria indústria”, disse Viegas.