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Associtrus pede intervenção do Ministro no Consecitrus
15 de dezembro | 2005
O presidente da Associação dos Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, encaminhou esta semana um ofício para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e para a Câmara Setorial da Laranja, pedindo intervenção nas discussões que envolvem a elaboração do Consecitrus, fórmula padrão que nortearia todos os contratos entre citricultores e indústrias de suco.
Há três meses, as negociações foram suspensas, segundo Viegas, por decisão do presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, que quer aval do Governo Federal para continuar.
Viegas ressalva que o Governo Federal e o Cade proibiram padronização de contratos há mais de dez anos, na época, com o objetivo de evitar a formação de cartel. “Mas, como o Consecitrus não quer prejudicar ninguém, e sim, melhorar a remuneração do citricultor, estamos tentando que o Cade reveja esta proibição e autorize as nossas negociações.”
Até agora, o Cade se manifestou favorável às discussões sobre o Consecitrus, mas informalmente. Para Viegas, a solução é pedir a intervenção do Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Já que o Governo anunciou que pode intervir nas negociações do contrato padrão da cana, por que não intervir também no citrícola?”, questiona o presidente da Associtrus, se referindo ao Consecana, contrato que já vigora no setor sucroalcooleiro, mas que passa por um processo de reformulação. Esta semana, Roberto Rodrigues afirmou à imprensa que se usineiros e produtores de cana não agilizarem a apresentação da nova fórmula, o Mapa poderá intervir. Ambos decidiram contratar uma empresa de consultoria para rever a fórmula e apresentar um novo Consecana até final de novembro.
No caso do Consecitrus, que vai padronizar o pagamento da laranja, uma das propostas discutidas é que a fruta seja paga de acordo com seu teor de açúcar. Hoje, o pagamento é realizado através da pesagem da caixa de laranja de 40,8 quilos.
Ademerval Garcia foi procurado pela reportagem, para mais informações, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Mercado externo
Esta semana, os contratos de suco de laranja tiveram forte alta na bolsa de Nova York, com compras de fundos, influenciados, principalmente, pela passagem de furacões na Flórida.
Esta semana, a ameaça é o furacão Wilma, que ganhou força e passou à categoria 5, a mais perigosa, podendo superar o Rita e o Katrina. O furacão deve chegar aos Estados Unidos no fim de semana e causar prejuízos na economia americana. Autoridades temem que o Wilma destrua as plantações de laranja da Flórida.
O suco de laranja no atacado chegou ao preço mais alto dos últimos seis anos nos EUA.
(Crédito: Fernanda Manécolo – Tribuna Impressa)