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Associtrus promove palestra sobre mercados futuros agropecuários.
17 de abril | 2007
A economista e doutora em agronegócios, Maria Flávia Tavares, esclarece os produtores sobre operações na Bolsa de Valores
Proferida pela economista e doutora em Agronegócios pela UFRGS, Maria Flávia Tavares, a palestra “Mercados Futuros Agropecuários – Negociação via webtrading” atendeu os anseios dos produtores interessados em se informar sobre a atual realidade do mercado financeiro e as possibilidades que a Bolsa de Valores oferece para proteção de sua renda. “O mercado de Bolsa ainda é pequeno no Brasil, mas, se pudermos aprender seu funcionamento, com certeza, teremos mais opções de investimentos e atuaremos de maneira efetiva na comercialização dos nossos produtos. Permanecerá no mercado quem se interessar pela comercialização como um todo”, observa o consultor Leandro Jacon Batistela, de Boa Esperança.
Explicações referentes à Bolsa de Valores, mercados futuros, derivativos, hedgers de venda e de compra, contratos, webtradings, commodities, entre outros, constaram da palestra de Maria Flávia, que é consultora da Dibran, corretora ligada à BM&F.
A Bolsa de Valores é garantia de preço para o produtor. “Infelizmente, a Bolsa de Nova York, no caso do suco de laranja, não segue os fundamentos do mercado, prova disso é que, apesar do USDA ter feito um corte na safra de laranja da Flórida, os preços caíram, os seja, reagiram contrariamente ao esperado. Isso ocorre porque há muita especulação em cima de manipulação de preço”, explica Maria Flávia.
A cartelização do setor de suco concentrado impede que a Bolsa de Nova York opere de forma saudável e dificulta a implantação da commodity no Brasil. “As indústrias controlam toda a cadeia, da produção ao produto final. A introdução do suco de laranja em bolsas brasileiras permitiria a abertura do capital para bancos, proprietários de outras commodities, capital estrangeiro etc., o que poderia melhorar significativamente as condições de negociação e, conseqüentemente, os preços”, diz Maria Flávia. “Se tivéssemos a Bolsa funcionando de uma maneira saudável poderíamos vender laranja a US$ 15 a caixa, mas, como o mercado é extremamente manipulado pelas indústrias, nem a bolsa, que teoricamente seria um local onde o preço ganha voz a partir da oferta e da demanda do mercado, consegue atuar adequadamente”, lamenta o presidente da Associtrus, Flávio Viegas.
O Mercado Futuro serve como instrumento para gestão de risco e preço. “Quando o produtor quer operar na bolsa, precisa depositar uma margem de garantia que permite que a BM&F garanta a ele o preço do produto, independentemente do que ocorra no mercado. Para investir no Mercado Futuro, o produtor deve procurar uma corretora, escolher a commodity em que vai atuar e ter disposição para estar sempre bem informado sobre o mercado”, observa Maria Flávia.
A palestra atendeu aos objetivos da Associtrus, ao abrir os horizontes do produtor e despertar o interesse dele pelo mercado financeiro. “O produtor precisa entender que há muita coisa além da porteira. A partir desta palestra, percebemos que um mercado saudável permite que se realizem operações em Mercado Futuro, que propicia proteção contra variações desfavoráveis e assegura um determinado preço no momento da colheita”, observa Viegas.
Avaliações – A diretora da Associtrus, Lenita Arruda Boechat, ressalta a importância da entidade levar a informação para o produtor. “Sem informação de custo e de valor final do produto, o citricultor não tem força nenhuma na negociação da sua produção, daí a importância dele participar e se interessar por questões como mercado futuro, bolsa de valores, entre outras”.
O consultor Alexandre de Moraes dos Santos, de Ibitinga, lembra a necessidade do produtor se interessar pelas questões do mercado em geral. “Na hora de vender a laranja, o produtor tem dificuldade por não estar informado sobre o mercado. A Associtrus tem facilitado bastante a vida dos seus associados quanto a esta questão, já que proporciona acesso a palestras como esta”.
O vice-presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Alberto Boteon, destaca a busca por novas opções de investimento. “A palestra foi excelente, porque pudemos constatar que, infelizmente, as indústrias são capazes de manipular até a Bolsa de Valores de Nova York. Precisamos estar sempre alertas e dispostos a buscar novas alternativas para assegurar nossa renda”.
ASSOCITRUS