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Associtrus reúne mais de duzentos citricultores em Cordeirópolis

19 de março | 2006

Propostas foram bem aceitas pelo setor produtivo.

Cerca de 200 produtores participaram da reunião promovida pela Associtrus, sexta-feira (17), em Cordeirópolis. A entidade apresentou a proposta de reajuste no preço da caixa da laranja para R$ 15, custo médio de produção da região citrícola de São Paulo, conforme a planilha de custos da associação. O posicionamento da associação quanto às negociações com a indústria e o início da elaboração do Consecitrus também foram temas abordados.

O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, classificou a reunião como muito importante, considerando o grande número de citricultores e a aprovação das propostas apresentadas. “Os produtores estão cientes de que R$ 15 é o valor justo a ser negociado,em vista dos altos custos da citricultura e a recuperação de preços do suco no mercado internacional”, esclarece Viegas.

A união dos produtores, neste momento, é extremamente importante. “O citricultor não deve temer a indústria se ele estiver associado a uma entidade capaz de representá-los perante o governo e o setor de processamento. Precisamos ter calma para sabermos aproveitar o atual momento em que tudo está a nosso favor”, observa Viegas, acrescentando que “ninguém precisa ficar com receio de não ter pra quem vender ou onde processar sua fruta, já que temos unidades industriais como a Hildebrandi, em São Carlos, e Selial, em Rio Claro, que se dispuseram a processar e armazenar o suco até que os produtores alcancem preços mais viáveis sem se sentirem pressionados”.

A necessidade de mudança na forma de arrecadação do Fundecitrus também foi debatida. “A Associtrus, entidade que representa o produtor e foi fundadora da entidade, não possui uma cadeira nem sequer no Fundecitrus. Nossa proposta é que os recursos financeiros descontados da caixa de laranja e destinados ao Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura Paulista) seja depositado numa conta da Associtrus, para que a classe produtiva tenha maior controle sobre a aplicação desse dinheiro”, frisou Viegas.

Os produtores se mostraram confiantes no trabalho da Associtrus. “Estamos no caminho certo. Se conseguirmos renegociar nossos contratos de acordo com as propostas da Associtrus, vamos nos manter na citricultura, caso contrário, ficará muito difícil continuar na atividade. Estou bastante esperançoso quanto ao Consecitrus. Minha família produz cana-de-açúcar e um contrato semelhante ao Consecana, na citricultura, equilibraria a cadeia produtiva citrícola”, disse Márcio Rogério Pastre, produtor de Araras. “Acredito no trabalho do Flávio Viegas e apóio todas as iniciativas da Associtrus”, disse Marcos Antônio Forner, citricultor de Engenheiro Coelho.

Os prefeitos dos municípios citrícolas também depositam suas esperanças na Associtrus. “Faz duas décadas que enfrentamos vários problemas decorrentes da desvalorização do produtor pela indústria. Se os produtores reagirem, com certeza, os municípios citrícolas também passarão a viver uma nova realidade”, disse José Luiz Quarteiro, prefeito de Tabatinga.

Terça-feira (21), em Bebedouro, acontece mais uma rodada de discussões sobre o Consecitrus.