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Baixa rentabilidade e quebra de safra afastam produtores dos laranjais.
13 de abril | 2007
A baixa rentabilidade está causando um efeito de debanda dos citricultores para outros plantios mais lucrativos, como exemplo a cana-de-açúcar. O número de produtores de laranja no começo dos anos 90 no Brasil chegava a 30 mil, esse número vem caindo ao longo dos anos e atualmente, segundo a Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus), há apenas 7 mil.
O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, lamenta os resultados atingidos nos últimos anos. “A safra foi decepcionante em todos os sentidos, a produção continua caindo e a expectativa é de maior queda para os próximos anos.”
A safra de laranja de 2006 fechou com um total de 348,4 milhões de caixas de 40 kg produção alcançada nos 170 milhões de pés plantados, segundo dados da Secretária de Agricultura. Condições climáticas no início da safra foram desfavoráveis e houve perda de 5% do total da safra.
Um dos principais fatores que vem dificultando a vida do citricultor é a dificuldade de captação de recursos para fazer renovação dos pomares. “Os preços pagos pelas indústrias por caixa para o produtor estão muito abaixo do custo da produção”, diz Viegas. Apesar das renovações dos contratos de US$ 3,50 por caixa para um piso de US$ 4,00 p/ caixa, assinados pela Cutrale e Coimbra e renegociados sem assinatura do contrato pela Citrosuco e Citrovita em fevereiro, não conseguiu resultados práticos para os citricultores. O preço médio de produção da caixa de 40 kg é de R$ 15 para o produtor, que recebe entre R$ 8,50 e R$ 9,00.
A Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) está se movimentando para que haja uma consolidação da cadeia produtiva com o projeto Agenda Positiva. O presidente da Faesp, Antonio Egidio Crestana, explica que o objetivo é fazer uma discussão ampla entre indústria e produtores sobre os problemas que atingem a citricultura. Para resolver o problema de captação de recursos, se espera conseguir um acordo para que as empresas paguem um preço para garantir o custo operacional do produtor além da possibilidade dos citricultores terem uma participação nos lucros da indústria. Crestana também cita problemas sanitários e regularização da parte trabalhista nos pomares serão temas abordados.
Ricardo Carvalho
DCI 13/04/2007