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Cadeia citrícola avalia novas propostas de comercialização.

28 de setembro | 2007

A Cutrale, maior processadora de suco de laranja do País, propôs opções de comercialização


A Cutrale, maior processadora de suco de laranja do País, propôs opções de comercialização da fruta aos citricultores paulistas, na última quarta-feira, em uma reunião entre produtores, indústrias e universidades, ocorrida na secretaria da Agricultura e Abastecimento.  A idéia da empresa é a abertura de um tool, no qual os produtores poderão, além de vender a fruta in natura, processar o suco e vendê-lo para as indústrias no momento mais apropriado e competitivo, tendo em vista que o suco é cotado pela Bolsa de Nova York.

Segundo Antonio Julio Junqueira de Queiroz, secretário-adjunto da Agricultura, a idéia proposta pela Cutrale ainda será discutida com as outras empresas, mas sinaliza que o setor está disposto ao diálogo. “Com o tool, o produtor poderá negociar uma parte da produção com a indústria e outra parte destinar para processamento próprio. Isso dará ao mercado mais independência e competitividade, mas a idéia ainda precisa ser amadurecida”, explica Queiroz. “As indústrias e os produtores enfrentam problemas há 20 anos e só agora eles estão dispostos a um acordo, por isso, nossas expectativas são muito positivas”, completa.

Outra idéia dada na reunião, pela Cutrale, foi a criação de uma bolsa de negociação da laranja no Brasil. Entretanto, Queiroz afirma que esta opção ainda é prematura e sua concretização dependerá de um estudo envolvendo todos os elos da cadeia. A Cutrale também sugeriu a criação de um Conselho, na Secretaria de Agricultura, para análise contínua da cadeia produtiva para manter o setor na liderança mundial. Segundo Queiroz, apenas a Cutrale apresentou propostas para o setor, mas as outras empresas foram recíprocas e um acordo deve estar próximo. “O encontro foi proveitoso, mas ainda iremos nos reunir mais vezes”, acrescenta Queiroz. A próxima reunião está marcada para o dia 8 do mês que vem. 

Luiz Régis Galvão Filho, advogado da Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus) diz que havia a preocupação de que as propostas pudessem infringir normas de direito concorrencial, mas as idéias colocadas pela Cutrale prestigiam a livre concorrência. “No âmbito jurídico, não há nada que impeça a concretização do que foi proposto”, avalia ele.

Citricultores

Apesar das propostas feitas pela indústria, os citricultores pediram ainda que haja no setor maior democratização das informações, com a divulgação de dados de mercado, estoque, entre outros.

Eles também reivindicam aperfeiçoamento da estimativa de safra e uma revisão imediata dos contratos assinados pelos produtores.

“A Cutrale apresentou as propostas que representaram um progresso nas negociações, mas esperamos que haja uma seqüência positiva e que o setor caminhe para relações mais justas a partir do aumento da concorrência e da liberdade de comercialização da laranja”, avaliou Flavio Viegas, presidente a Associtrus.

Fonte: Tribuna Impressa – Araraquara

(Fernanda Manécolo)