A boa fase de preços nos mercados de açúcar, álcool e laranja voltaram a alavancar os resultados da paulista Credicitrus em 2006. De acordo com balanço aprovado em assembléia geral ordinária realizada ontem no município de Bebedouro, a maior cooperativa de crédito rural do país informou que seus ativos cresceram 34% em relação a 2005 e superaram R$ 1 bilhão, e que seu patrimônio líquido saltou de R$ 154,4 milhões para R$ 200 milhões na mesma comparação.

“Os resultados superaram nossas melhores expectativas. E estamos ainda mais otimistas para 2007”, comemorou Leopoldo Pinto Uchoa, presidente da Credicitrus. Segundo ele, o volume de operações de crédito do grupo ultrapassou R$ 1,5 bilhão no ano passado, ante R$ 1,2 bilhão em 2005, e todos os demais indicadores que medem a saúde da cooperativa apresentaram melhoras significativas. Uchoa afirma que a cana-de-açúcar já representa 45% dos negócios da Credicitrus, enquanto a citricultura responde por outros 40%.

É exatamente por conta dessa concentração que a cooperativa mantém a moral elevada para 2007. Uchoa lembra que a onda de investimentos em novas usinas de açúcar e álcool e na expansão dos canaviais reforçam as perspectivas positivas, e que é neste ano que os produtores de laranja sentirão de fato os reflexos da escalada das cotações do suco no mercado internacional.

Motivada pelos problemas de oferta na Flórida, depois de danos provocados por furacões em 2004 e 2005, a disparada dos preços beneficiou primeiro as grandes indústrias exportadoras com sede em São Paulo. Mas após meses de negociações no ano passado, os citricultores começaram a ter seus contratos de fornecimento da fruta para a produção da bebida reajustados, e para Uchoa o valor que eles recebem deverá aumentar mais.

“Acredito que a caixa [de 40,8 quilos] de laranja vendida para as indústrias chegará a US$ 6, ante o piso de US$ 4 negociado entre citricultores [ligados à Federação da Agricultura do Estado de São Paulo] e indústrias”, diz o presidente da Credicitrus. Por isso, prevê, entre outros crescimentos projetados para 2007 está o do patrimônio líquido, que poderá chegar a R$ 320 milhões. “Mais importante que isso é que o valor dos depósitos subiu e nosso número de associados cresceu 25%, para 22,7 mil. São provas de confiança na cooperativa”, afirma Uchoa.
Valor Econômico – Agronegócios – 22/03/07
Fernando Lopes