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Casos de greening e cancro cítrico ameaçam citricultura

26 de janeiro | 2006

Casos de greening e um de cancro cítrico em Engenheiro Coelho colocaram a cidade em alerta. As duas doenças são as que mais ameaçam a citricultura no mundo. O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) está no município para isolar as áreas contaminadas e inspecionar todos os pomares e viveiros. Um escritório na cidade facilitará o trabalho de campo e de orientação junto aos produtores.

Desde o fim do ano passado, quando foram detectados focos de greening, técnicos do Fundecitrus trabalham na tentativa de controlar a bactéria. Já o cancro cítrico, verificado em um viveiro há algumas semanas, preocupa ainda mais porque a doença se dissemina com rapidez e impõe a erradicação das plantas em um raio de 30 metros do foco. Em estufas a exigência é que todas as mudas sejam descartadas.

O cancro cítrico é mais comum em pomares, portanto essa ocorrência em estufa é considerada raríssima. Outra má notícia é que os produtores de laranja que compraram mudas dessa propriedade podem ter adquirido produto contaminado, por isso, a Fundecitrus recomenda atenção e inspeções periódicas mais vigorosas.

De acordo com o gerente técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, já foram inspecionadas em Engenheiro Coelho, 1.248.246 pés de laranja em 173 propriedades. O greening foi encontrado em 23 propriedades, em 687 plantas. O número é baixo, conforme o gerente, mas merece atenção frente à velocidade com a qual a bactéria se espalha. Além disso, também é preciso atender a instrução normativa do Ministério da Agricultura, que prevê a erradicação das plantas com sintomas de greening.

O Fundecitrus, no entanto, tem a função de inspecionar e detectar a doença, mas as análises ficam por conta da Secretaria de Estado da Agricultura, que por sua vez precisa voltar à propriedade num período de 15 dias após constatados os sintomas. Com isso, verifica-se se o produtor cumpriu a determinação de erradicar a planta. Caso contrário ele pode ser multado.
Foram treinados para fazer o trabalho de campo em Engenheiro Coelho, 30 homens. Eles são treinados para verificar a presença do cancro cítrico e do greening, assim como conscientizar os citricultores sobre as três medidas que determinam a sanidade das mudas e plantas: fazer as inspeções periódicas, detectar as suspeitas e enviar amostras para análise e controlar o inseto vetor.

Limeira já foi alvo do cancro cítrico e de plantas com sintomas de greening – sendo uma das 86 cidades atingidas pela bactéria. Por isso, entra no programa de inspeções do Fundecitrus. Até março, segundo o gerente do órgão, tanto pomares como estufas vão receber visitas dos técnicos. O mesmo ocorrerá com as cidades da região onde há produção citrícola.

(Crédito: Gazeta de Limeira)